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- Tensões no Oriente Médio voltam a crescer;
- Apostas em vitória de Trump impulsionam o dólar, Bitcoin e juros;
- Núcleo do PCE, índice de inflação favorito do Fed, sobe para 2,7% na taxa anual;
- Por aqui, falta de urgência sobre o ajuste fiscal pressiona a curva de juros;
- Também no Brasil, taxa de desemprego chega a níveis historicamente baixos.
Mercados
No front geopolítico, a tensão no Oriente Médio aumentou após a inteligência israelense informar que o Irã está preparando um novo ataque nos próximos dias, possivelmente antes da eleição dos EUA em 5 de novembro. Espera-se que o ataque seja realizado do Iraque, utilizando drones e mísseis balísticos.
O candidato republicano Donald Trump e a vice-presidente democrata Kamala Harris seguem empatados nas pesquisas. O mercado, porém, aposta na vitória de Trump — o que impulsiona o dólar, Bitcoin e as taxas de juros dos EUA.
As promessas de Trump de implementar cortes de impostos, flexibilização financeira e aumento de tarifas são vistas como inflacionárias e podem retardar o ritmo de cortes do Fed.
Hoje (01) saem os dados de criação de empregos do setor não-agrícola. A estimativa aponta um aumento de 100.000 postos de trabalho em outubro, o número é afetado pelos furacões e, por isso, não é um guia confiável para avaliar a tendência. A taxa de desemprego deve permanecer estável em 4,1%.
As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA estão em alta. O juro da nota de 10 anos sobe para 4,30%, enquanto o da nota de 2 anos está em 4,18%.
O índice do dólar, que mede a moeda americana contra seis pares, está estável em 104,1. Os preços do ouro à vista avançam 0,3%, para US$ 2.752 por onça. No mercado de criptomoedas, o Bitcoin vale US$ 69.550.
Os preços do petróleo ampliaram os ganhos nesta sexta-feira, subindo mais de US$ 1 por barril à medida que aumentam as tensões geopolíticas no Oriente Médio. Os contratos futuros de Brent, com vencimento de janeiro, subiram US$ 1,88, ou 2,6%, para US$ 74,7 por barril.
Os mercados asiáticos caíram nesta sexta, após o Nasdaq Composite e o S&P 500 sofrerem seu pior dia em quase dois meses. Os mercados europeus abriram em alta hoje, iniciando novembro de forma positiva.
Nos EUA, os futuros estão em alta depois que a Amazon subiu mais de 5%, impulsionada pela força dos negócios de nuvem e publicidade. A quinta-feira (31) marcou o fim de um mês de perdas, em um ano forte. O índice Dow Jones liderou a queda entre os principais índices — com uma retração de 1,3%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq caíram 1% e 0,5%, respectivamente.
Ontem, o Ibovespa fechou em baixa de 0,71%, aos 129.713 pontos — com queda de 1,60% no mês e de 3,3% no ano. O dólar à vista fechou em alta de 0,31%, cotado a R$ 5,7811, e os juros futuros avançaram em toda a curva diante da falta de urgência do governo em fechar o pacote de ajuste fiscal.
Economia
EUA: O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis, subiu 0,25% no mês, com revisões para agosto e julho indicando crescimentos de 0,16% e 0,17%, respectivamente. O núcleo dos serviços, sem energia e habitação, avançou 0,3%, com contribuições expressivas dos setores de saúde e transporte, responsáveis por 0,12 ponto percentual da inflação. Os bens continuaram a registrar deflação de 0,1% na margem.
Nas taxas anualizadas, a variação do núcleo do PCE foi mista, com a taxa de três meses subindo para 2,9%, enquanto a de seis meses caiu para 2,7%.
EUA: O Índice de Custo de Emprego (ECI) registrou um aumento de 0,8% no terceiro trimestre, inferior aos 0,9% do trimestre anterior e abaixo da previsão de consenso, que esperava 0,9%. Em termos anualizados, o crescimento do ECI foi de 3,2%, enquanto o aumento anual desacelerou para 3,9%, o menor nível desde o terceiro trimestre de 2021. A compensação de trabalhadores do setor privado recuou de 0,9% para 0,7%, especialmente devido à queda em setores de serviços, embora setores de bens tenham mostrado leve aumento. A desaceleração do ECI indica um equilíbrio mais favorável entre oferta e demanda de trabalho, o que contribui para reduzir as pressões salariais e favorece a desaceleração contínua da inflação.
Brasil: O mercado de trabalho apresentou um desempenho sólido, com a taxa de desemprego recuando para níveis historicamente baixos e o emprego formal atingindo um recorde na série. Em setembro, a taxa de desemprego caiu de 6,6% para 6,4%, impulsionada por um crescimento anual de 3,2% na ocupação, enquanto o número de pessoas buscando trabalho aumentou 1,7%. Com o ajuste sazonal, a taxa chegou a 6,4%, o menor patamar desde maio de 1999. A renda real também mostrou crescimento robusto de 3,7% em relação ao ano anterior, o que, junto ao aumento da ocupação, projeta um crescimento anual de 7,2% da massa salarial real. O emprego formal com carteira assinada se destacou, alcançando um recorde de 49,7 milhões de trabalhadores, fortalecendo o mercado de trabalho.
Esse resultado do mercado de trabalho deverá sustentar o crescimento do consumo das famílias no final do ano. As perspectivas são positivas, uma vez que a demanda sazonal por trabalhadores temporários em diversos setores deve contribuir para uma nova queda na taxa de desemprego, possivelmente se aproximando de 6,0% em dezembro. Esse cenário de mercado de trabalho aquecido, com baixa ociosidade de mão de obra, traz um desafio adicional para o Banco Central no esforço de alinhar a inflação com a meta, devido à pressão que a alta ocupação e renda exercem sobre a economia.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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