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A WEG reportou na manhã de quarta-feira (30) seus resultados referentes ao 3T24.
Os resultados da empresa apresentaram crescimento robusto, porém ligeiramente abaixo do que nós e o consenso do mercado esperavam. Além disso, tivemos uma ligeira retração na margem EBITDA — que deverá ser melhor abordada durante o call de resultados.
A companhia apresentou um bom crescimento de receitas, com os números variando 22% a/a — ou 13% se não levarmos em consideração a incorporação dos segmentos da Regal Rexnord, que passou a ser consolidado em maio. O grande destaque do resultado continua sendo o crescimento da receita internacional, que cresceu 26% a/a ex-Regal, com grande contribuição novamente do segmento de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD), que continua se beneficiando do crescimento da demanda dos EUA por energia e a falta de oferta de equipamentos.
O destaque negativo do resultado foram as receitas domésticas, principalmente em GTD — que apresentou queda de 6%, puxado por um desempenho fraco do segmento de Geração (éolica e solar)
As margens brutas continuam surpreendendo, mesmo após o aumento dos custos de matéria prima, principalmente o cobre. Isso acontece graças ao mix de pedidos, principalmente em GTD e equipamentos de ciclo longo.
A expansão das margens brutas, que atingiram 34,5% (ante 33,7% do último trimestre), não foram suficientes para manter o crescimento de margem EBITDA dos últimos trimestres. O EBITDA da WEG recuou 0,3 p.p em relação ao 2T24, se estabilizando em um patamar elevado de 22,6%. Essa discussão, como comentamos acima, deve ser um dos principais tópicos discutidos no call de resultados da companhia. Nós trabalhamos com a hipótese que esse ligeiro aumento em D&A deve cair gradualmente após a integração total das operação da Weg com a Regal Rexnord.
O lucro líquido da companhia apresentou bom crescimento, impulsionado pelos bons resultados operacionais e uma alíquota de IR menor do que estávamos projetando.
O resultado reforça nossa visão sobre a capacidade que a companhia tem de se reinventar e buscar novas avenidas de crescimento, seja via aquisições ou organicamente. Em 2019, por exemplo, GTD representava 30% do resultado da companhia e hoje já atinge mais de 50%.
Apesar dos bons números reportados, temos dúvidas sobre qual será a reação do mercado, pois as expectativas para o resultados eram elevadas e a performance positiva da companhia nas últimas sessões pode ensejar uma pequena realização. Entendemos que o crescimento nas operações internacionais foi melhor do que projetávamos, porém a ligeira redução de margens EBITDA e a fraca performance interna — apesar de ter sido guiada pela companhia — podem pesar.
Independente da reação do mercado, gostamos do investimento em WEG pois: (i) exposição direta e/ou indireta a tendências de forte crescimento do consumo de energia nos EUA e em outras geografias; (ii) tem se consolidado no setor de motores industriais e de ciclo longo, que tem margens maiores; e (iii) exposição a eletrificação no mercado brasileiro.
Weg (WEGE3) — Compra
Preço Alvo | 61,50 |
Preço Atual | 56,94 |
Upside | 8% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 239 |
Ações Emitidas (mi) | 4.195 |
Free Float | 35,00% |
Performance
Semana | +2,22% |
Mês | +0,41% |
Ano | +55,42% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.