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O Santander divulgou na manhã desta terça-feira (29) seus resultados do 3T24.
Apesar do Lucro Líquido ligeiramente acima do esperado, os números operacionais vieram em linha com as projeções, com a menor taxa efetiva de imposto explicando a “batida” do Lucro em relação ao consenso. O Banco continua sua campanha gradual para recuperação de sua rentabilidade.
Na dinâmica de receita, vimos a margem financeira com os clientes atingindo R$ 14,9 bilhões um crescimento de 2,8% t/t e 8% a/a. A companhia continua aumentando seletivamente a concessão de crédito para algumas categorias especificas que tem possibilitado o constante aumento dos spreads, mesmo com um cenário ligeiramente mais desafiador para o crescimento da Carteira de Crédito.
A margem financeira com o mercado continuou positiva, porém com resultados piores do que no trimestre passado, com maior volatilidade e juros mais altos impactando o resultado. Apesar da retração t/t, os valores continuam positivos.
As receitas com comissões foram o destaque do trimestre, com forte crescimento de 2,9% t/t e 13,3 % a/a, com fortes receitas de cartões e seguros, mostrando evolução na estratégia da companhia de buscar a principalidade do cliente.
Sobre a qualidade de crédito, continuamos vendo alguma evolução, com a inadimplência entre 15 e 90 dias continuando sua trajetória de queda e atingindo 3,6%. A inadimplência acima de 90 dias se manteve estável em 3,2%. A provisão para devedores cresceu 2,5% na comparação trimestral, acompanhando o aumento das operações no varejo (mais spread geralmente vem acompanhado de mais risco, logo, maior provisionamento), porém continua em níveis saudáveis — com o custo do crédito se mantendo em linha com o trimestre anterior.
O resultado foi neutro pois acreditamos que, apesar da melhora na qualidade da carteira de crédito e na excelente performance na parte de comissões, o banco continua apresentando algumas dificuldades para o crescimento e rentabilização em sua carteira de crédito. A nova estratégia do Santander de aumentar a principalidade deve tornar o banco menos cíclico e possibilitar que ele seja mais disciplinado no crescimento de suas operações ao longo dos anos. A companhia, porém, pode apresentar maiores desafios de expansão de crédito no curtíssimo prazo.
Conforme abordamos no último resultado, hoje não vemos o Santander enfrentando grandes desafiados estruturais. Boa parte da mudança de estratégia está surtindo efeito, com uma melhora na rentabilidade de suas operações. Apesar das melhoras, enxergamos os próximos passos como sendo mais desafiadores e que devem levar a uma recuperação mais paulatina de sua rentabilidade. Além disso, temos dúvidas se a rentabilidade normalizada atingirá os mesmo níveis de antes.
Santander (SANB11) — Neutro
Preço Alvo | 33,5 |
Preço Atual | 28,87 |
Upside | 16% |
Capitalização de Mercado (R$ bi) | 109 |
Ações Emitidas (mi) | 3.785 |
Free Float | 11,7% |
Performance
Semana | +1,33% |
Mês | +0,66% |
Ano | -10,62% |
Análise por Bruno Benassi, CNPI 9236, Analista de Ativos da Monte Bravo Corretora, CNPJ 50.489.148/0001-00.