- Dados fortes, falas de diretores do Fed e favoritismo de Trump pressionam a curva de juros americana;
- Na China, autoridades parecem aguardar o resultado das eleições americanas para calcular os próximos passos;
- Mercados seguem em compasso de espera às vésperas de eleições americanas e decisões de juros no Brasil e nos EUA;
- No Brasil, o quadro fiscal segue derrubando o preço dos ativos.
Às vésperas de uma semana decisiva no Brasil e no mundo, os mercados devem seguir em compasso de espera. Além das eleições presidências de 5 de novembro nos EUA, teremos as reuniões do Copom e do Fed nos dias seguintes — 6 e 7 de novembro, respectivamente.
Mas mais importante do que tudo isso será o anúncio do pacote de ajuste fiscal que a Fazenda está elaborando e que, até lá, deve ser conhecido.
Cenário global
Uma sequência de dados mais fortes na economia e os diretores do Fed reiterando a abordagem gradual se somaram ao aumento do favoritismo de Trump na eleição. Tudo isso empurrou a curva para os níveis mais altos em três meses.
Na China, a despeito do ceticismo do mercado, é provável que as autoridades chinesas estejam esperando o resultado da corrida presidencial nos EUA para definir a abordagem de apoio à economia.
No front geopolítico, conflito no Oriente Médio segue gerando tensão, enquanto se aguarda a o ataque retaliatório de Israel ao Irã.
Cenário doméstico
No Brasil, o risco fiscal segue derrubando os preços dos ativos. Nesta semana, a Secom tratou como improcedentes uma séria de medidas que a Fazenda estaria estudando para conter o crescimento explosivo da dívida pública.
A disputa entre os ministros da Casa Civil e da Fazenda deixa claro que a política econômica levada a cabo no governo de Dilma Roussef segue tendo defensores de peso, o que gera o temor de que os últimos dois anos deste governo repitam a política fiscal populista e irresponsável daquele período.
Nosso cenário base, cuja probabilidade está em 65%, tem um conjunto crível e robusto de medidas de redução de despesas que levem o déficit primário estrutural para perto do equilíbrio em 2026.
Sem um ajuste crível que conte com apoio de todo governo, o dólar vai passar de R$ 6,00, a inflação vai subir, a Selic terá que subir ainda mais e o crescimento vai cair rapidamente.