Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.
- Israel e Hezbollah trocaram ataques nesta quarta-feira (23);
- Dólar sobe com expectativas do mercado de uma vitória de Donald Trump;
- Presidentes regionais do Fed defendem cortes mais lentos nos juros;
- PMIs da zona do euro mostram que a economia europeia segue fraca em outubro;
- Por aqui, diretor do Banco Central apresentou análise sobre a economia brasileira.
Mercados
No cenário geopolítico ,ataques israelenses atingiram o sul de Beirute ontem (23). O Hezbollah, por outro lado, afirmou ter disparado pela primeira vez mísseis guiados de precisão contra alvos israelenses. O aumento nas hostilidades ocorre enquanto Washington faz um esforço final para promover a paz antes da eleição presidencial.
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e o republicano Donald Trump estão em uma disputa acirrada faltando menos de duas semanas para as eleições presidenciais de 5 de novembro. O dólar se beneficiou recentemente do aumento nas expectativas do mercado de uma vitória do candidato republicano e ex-presidente Trump — que provavelmente implementaria políticas inflacionárias, como alta linear das tarifas de importação.
Nesta semana, o presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, afirmou que preferiria “evitar movimentos excessivos”. O presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, apoiou “uma abordagem lenta e metódica” para um afrouxamento adicional.
Uma série de indicadores econômicos robustos e comentários de diretores do Fed reduziram as apostas em um afrouxamento mais forte.
Os juros dos Treasuries de 10 anos dos EUA subiram e bateram a máxima de três meses de 4,26% durante a noite. Hoje, as taxas estão recuando com o juros de 10 anos caindo para 4,19%, enquanto a taxa de 2 anos caiu para 4,05%.
O dólar norte-americano segue próximo à máxima de três meses, com o índice do dólar, que mede a moeda em relação a seis pares, em 104,2.
Os preços do ouro subiram nesta quinta-feira (24), com forte demanda por ativos seguros — levando o ouro à vista a US$ 2.725,5 por onça.
Os preços do petróleo estão em alta, recuperando as perdas da sessão anterior com uma alta muito acima do esperado nos estoques de petróleo dos EUA. Os futuros do Brent subiram 44 centavos, ou 0,59%, para US$ 75,40 / barril.
Os mercados asiáticos fecharam em queda hoje, após as quedas das ações dos EUA durante a noite — com o Dow Jones registrando seu pior dia em mais de um mês. As ações europeias sobem nesta manhã, em linha com os futuros de ações dos EUA.
Ontem, por aqui o Ibovespa caiu 0,55%, aos 129.233 pontos. O dólar à vista caiu 0,08%, com a entrada de capital externo, cotado a R$ 5,6928. Os juros futuros encerraram a sessão em alta, mais uma vez afetados pela piora da percepção do risco fiscal.
Economia
Zona do euro: A economia segue fraca em outubro. O PMI Composto manteve-se praticamente estável no mês, registrando 49,7 pontos — em linha com o consenso de mercado. A principal fonte de fraqueza continua sendo o setor industrial, com o PMI permanecendo em um nível baixo de 45,9 pontos, apesar de uma leve melhora ante os 45 pontos de setembro. O setor de serviços, embora com um desempenho melhor, caiu de 51,4 pontos para 51,2 pontos. A fraqueza da indústria pode estar começando a afetar os serviços.
EUA: As vendas de imóveis residenciais usados caíram 1,0% na margem em setembro, atingindo um volume anualizado de 3,84 milhões de unidades — abaixo das expectativas de crescimento de 0,5%. Este declínio segue a queda de 2,0% na margem registrada em agosto. Além disso, o preço mediano dos imóveis caiu 2,3% e a oferta de imóveis subiu para 4,3 meses de vendas, ainda distante do equilíbrio de seis meses no mercado.
EUA: A atividade econômica permaneceu praticamente estável na maioria dos distritos desde o início de setembro, com apenas dois relatando crescimento modesto de acordo com o Beige Book divulgado pelo Fed. A maior parte dos distritos observou queda na atividade manufatureira. O consumo variou, com algumas regiões mostrando preferência por opções mais baratas. O emprego registrou leve crescimento, com menor rotatividade e maior disponibilidade de trabalhadores, embora certas habilidades ainda sejam escassas. Os salários subiram moderadamente, mas em ritmo mais lento, e a inflação se moderou. Apesar disso, os custos com alimentos e seguros pressionaram as margens das empresas.
Brasil: Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, apresentou uma análise sobre a economia brasileira, destacando a pressão inflacionária e o crescimento econômico robusto. Ele explicou que o BC iniciou o ciclo de alta de juros para conter as expectativas inflacionárias, impulsionadas pelo crescimento acima do potencial econômico. Picchetti também destacou o mercado de trabalho aquecido, com queda do desemprego e aumento da participação, o que indica menor ociosidade.
Além disso, Picchetti discutiu a recente alta nos preços industriais, impulsionada pelas commodities e a taxa de câmbio, que aumentaram as pressões inflacionárias. Ele expressou preocupação com as expectativas de inflação para 2025, que estão mais próximas do teto da meta do que do centro, refletindo o crescimento econômico acima do previsto. Por fim, reafirmou o compromisso do BC de trazer a inflação para a meta de 3,0% e destacou a abordagem cautelosa e dependente de dados do Copom em relação aos próximos ajustes da taxa Selic.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.