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A Vale divulgou na noite desta terça-feira (16) seu relatório de produção referente ao 3º trimestre de 2024.
Os números reportados foram ligeiramente abaixo da expectativa do consenso e foram impactados, principalmente, por preços realizados ligeiramente abaixo do que estávamos esperando.
Apesar desse resultado abaixo das expectativas, a parte operacional continua mostrando avanços significativos. Agora, esperamos que a companhia entregue sua produção do ano na faixa superior de seu novo guidance de produção (323 -330 Mt)
A produção de minério de ferro foi destaque, com 91 milhões de toneladas, principalmente devido ao avanço da produção em S11D, Itabira e Brucutu. A produção no Sistema Sul foi um pouco menor nesse trimestre, mas essa redução aconteceu pela estratégia da companhia em diminuir a compra de terceiros e diminuir a produção de minério com alto teor em sílica. Nós esperamos que, com a maturação do Projeto Vargem Grande 1, a companhia volte a aumentar a produção e a qualidade média no Sistema Sul. A produção de pelotas foi destaque e atingiu 10,3 milhões de toneladas.
As vendas de minério de ferro foram em linha com o que projetávamos, mas o preço realizado foi menor do que imaginávamos — é importante ressaltar que a companhia conseguiu diminuir o desconto em relação ao benchmark, estratégia que a companhia afirmou durante as interações com o mercado.
Em metais básicos (cobre e níquel), continuamos a ver uma boa evolução na produção de cobre. O processo de melhorias parece bem encaminhado.
De modo geral, o resultado foi ligeiramente mais fraco do que esperávamos. Com os preços realizados tanto em finos de minério quanto em pelotas, teremos um EBITDA abaixo do consenso mesmo com a produção surpreendendo positivamente. Além disso, dado o cenário macro ainda incerto na China, esperamos que o mercado reaja de maneira ligeiramente negativa.
Apesar dos números ligeiramente mais baixos do que o mercado estava estimando, estamos mais confortáveis com a tese de Vale pois temos vistos algumas de nossas dúvidas sendo bem respondidas — principalmente na capacidade de aumento de produção e aumento da qualidade média do minério. As operações de metais básicos continuam avançando, talvez não na velocidade que o mercado esperava, mas têm mostrado evolução e esperamos que ganhem maior relevância nos próximos trimestres.
Entre os pontos de atenção que tínhamos sobre a Vale, a companhia entregou eficiência operacional e escolheu um novo CEO em um processo transparente. Agora esperávamos a resolução de Mariana, que acreditamos que deve sair nos próximos dias, e o valor acertado para o pagamento das concessões ferroviárias.
Mantemos nossa recomendação de compra na Companhia, pois estamos confiantes na capacidade de geração de valor através do aumento da produção e da qualidade média do minério. Entendemos ainda que, mesmo em um cenário mais desafiador para o minério, as medidas adotadas tornaram a companhia mais eficiente. Além disso, temos expectativas que os avanços realizados em Ferrosos também sejam alcançados em metais básicos.