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- Inflação de setembro nos EUA veio acima das expectativas do mercado;
- Após a divulgação dos dados, dirigentes do Fed voltaram ao centro das atenções;
- Na China, bolsas de valores caem após rali causado pelos estímulos perder força;
- Por aqui, as vendas no varejo caíram em agosto, mas se mantém em nível elevado.
Mercados
Dados divulgados ontem (10) mostraram que os preços ao consumidor nos EUA subiram um pouco mais do que o esperado em setembro. Os pedidos de seguro-desemprego, por sua vez, aumentaram para 258 mil na semana encerrada em 5 de outubro — também acima das estimativas de 230 mil (veja abaixo).
Embora a taxa anual de inflação tenha sido a mais baixa desde fevereiro de 2021, o CPI de setembro aumentou as preocupações de que o Fed possa reduzir o ritmo dos futuros cortes nas taxas de juros.
Comentários de autoridades do Fed nesta quinta apontaram para uma divisão de opiniões. O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse que a “grande maioria” dos formuladores de políticas do Fed espera que as taxas “caiam gradualmente para algo bem abaixo do nível atual”. Já o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou estar “definitivamente aberto” a não realizar um corte nas taxas em novembro.
Atualmente, o mercado vê uma probabilidade de 84% para um corte de 25 p.b. em novembro e uma probabilidade de 16% de taxas inalteradas.
A taxa de juros do título do Tesouro dos EUA de dois anos, que geralmente se move de acordo com as expectativas de taxas de juros, está em 3,97% na manhã desta sexta-feira (11). O título de 10 anos está em 4,09%.
O petróleo recuou hoje após uma alta no dia anterior. Os preços, porém, mantiveram a tendência de ganho pela segunda semana consecutiva à medida que os investidores avaliavam o impacto dos danos causados por furacões na demanda dos EUA contra qualquer interrupção generalizada de oferta caso Israel ataque campos de petróleo iranianos. Os futuros do petróleo Brent caíram 39 centavos, ou 0,5%, para US$ 79,01 o barril.
As ações da China lideraram as quedas nos mercados asiáticos nesta sexta. O índice CSI 300 de blue chips da China continental caiu 2,77%, à medida que o rali impulsionado por estímulos continua a perder fôlego.
O Ministério das Finanças da China está programado para realizar uma conferência de imprensa no sábado, às 10h (horário local).
As ações europeias abriram ligeiramente em baixa nesta sexta-feira, enquanto os futuros de ações dos EUA apresentaram pouca variação na manhã de hoje.
Por aqui, o Ibovespa avançou 0,30%, aos 130.353 pontos. O dólar ficou estável em R$ 5,5870, enquanto os juros futuros subiram com o risco fiscal após Haddad mostrar novas propostas de isenção do IR.
Economia
Brasil: As vendas no varejo brasileiro caíram 0,3% m/m (+5,1% a/a) no conceito restrito e 0,8% m/m (+3,1% a/a) no ampliado em agosto, conforme a PMC do IBGE. Após um início de ano promissor, os dados mostram uma acomodação, afetados pelo desastre ambiental no RS. As vendas no varejo não vêm repetindo o desempenho na margem dos primeiros meses do ano, mas mantém um volume de vendas próximo às máximas históricas.
EUA: O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA subiu 0,2% em setembro e 2,4% em 12 meses — superando as estimativas dos economistas de um aumento de 0,1% mensalmente e 2,3% na taxa anual. Da mesma forma, o núcleo do CPI variou 0,3% em setembro, acima da expectativa de 0,2%. A variação anual do núcleo foi de 3,3%, o que significou ligeira aceleração em relação ao observado agosto (3,2%). Ainda assim, o cenário é consistente com uma continuidade dos cortes de juros no ritmo de 25 p.b. nas próximas reuniões.
EUA: No mercado de trabalho, os pedidos de auxílio-desemprego subiram na semana encerrada em 5 de outubro, para 258 mil — 33 mil acima da semana anterior e bem acima da estimativa de 230 mil. É provável que eventos pontuais, como os furacões Helene e Milton, tenham afetado o resultado.
EUA: Diretores do Fed
O presidente do Fed de Nova Iorque, John Williams, disse que o mercado de trabalho está sólido, que a economia está em boa posição e que a inflação caminha para a meta de 2% ao ano.
O presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, expressou otimismo com os progressos da inflação, mas apontou que a batalha não está ganha e que não declararia vitória sobre ela. Questionado sobre os fatores que poderiam impedir progressos adicionais com a inflação, ele citou o conflito no Oriente Médio e aumento da demanda por habitação acima da oferta à medida que o Fed reduz o juro.
Os dois diretores não se mostraram especialmente preocupados com o resultado do CPI acima do esperado. John Williams disse que “no mês-a-mês há ruídos nos dados, mas temos visto processo estável de desinflação”.
Por outro lado, Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, disse que está “totalmente confortável para pausar o aumento de juro em novembro, se os dados sugerirem que isso é o apropriado”. Ele declarou ainda que ” temos de ter a habilidade de ser pacientes […] e deixar as coisas se desenvolverem um pouco mais. […] Existem elementos no relatório de hoje (CPI) que validam essa visão “.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.