Mesmo com cenário geopolítico tenso, ata do Copom impulsiona índices de Wall Street - Monte Bravo

Mesmo com cenário geopolítico tenso, ata do Copom impulsiona índices de Wall Street

10/10/2024 às 09:06

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Quinta

Out

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  • Apesar dos temores com o cenário geopolítico, S&P 500 e Dow Jones renovaram suas máximas históricas;
  • Nos EUA, ata do Fed reforça projeções de cortes de 25 p.b. nos juros americanos;
  • Diretores do Fed defendem cautela na política monetária;
  • Por aqui, o IPCA de setembro ficou dentro do esperado.

Mercados

O S&P 500 e o Dow Jones atingiram novos recordes ontem (09) — a despeito das preocupações geopolíticas — após a divulgação da ata da reunião de setembro do Fed.

No cenário geopolítico, segue o temor em relação a uma possível escalada das tensões entre Israel e Irã. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, promete um ataque “letal, preciso e surpreendente” contra o Irã.

A ata da última reunião de política monetária nos EUA mostra que os dirigentes do Fed concordaram em cortar os juros, mas estavam divididos sobre o tamanho da redução. A ata, divulgada ontem, indicou que “uma maioria substancial dos participantes” favoreceu um corte de 50 p.b., embora alguns tenham expressado dúvidas sobre a necessidade de um movimento tão grande.

O foco hoje será o índice de inflação ao consumidor de setembro. A projeção é de um aumento de 0,1% em termos mensais e de 2,3% em relação aos 12 meses anteriores.

O mercado está precificando que a taxa dos Fed Funds terminará 2025 na entre 3,25% e 3,50%. Com o excesso de cortes retirado, agora a projeção está em linha com nosso cenário. A taxa de juros do título de 10 anos do Tesouro dos EUA está na estabilidade a 4,07%, enquanto a taxa de 2 anos está em 4,01%.

Os preços do petróleo sobem em meio a preocupações sobre possíveis interrupções de oferta no Oriente Médio, com Israel planejando atacar o Irã — um dos maiores produtores de petróleo. Os futuros do Brent subiram 37 centavos, ou 0,5%, para US$ 76,95 por barril.

Os mercados da Ásia fecharam em alta nesta quinta-feira (10), acompanhando os ganhos em Wall Street. Os mercados europeus estão em baixa na manhã de hoje, enquanto os futuros de ações dos EUA apresentam ligeiras quedas.

As ações da Nvidia subiram 25% no último mês e estão atualmente em US$ 132, próxima da máxima histórica de US$ 135,58. A Nvidia é agora a segunda maior empresa do mundo em termos de capitalização de mercado, superando a Microsoft e ficando atrás apenas da Apple. Ontem, no Brasil o mercado acentuou a aversão ao risco. O dólar à vista  subiu 1,03%, cotado a R$ 5,589, enquanto os juros futuros subiram. O Ibovespa caiu 1,24%, aos 129.877 pontos.

Economia

Brasil: O IPCA de setembro veio relativamente bem comportado, porém  mantemos a projeção em 4,7% para o final do ano — acima do teto de 4,5% da meta de inflação para 2024.

O IPCA subiu 0,44%, próximo da mediana das expectativas. Habitação passou de -0,51% para 1,80% — influenciada pela alta mensal de 3,6% em energia elétrica residencial com a vigência da bandeira vermelha 1. A energia elétrica foi o principal contribuinte para a inflação de setembro, explicando 0,27 p.p., e deve seguir em alta em outubro com a mudança para a bandeira vermelha 2.

A composição benigna da inflação corrente — que pelo segundo mês consecutivo registra desaceleração da média dos núcleos, serviços subjacentes e de industriais — não altera a expectativa de que o Copom acelere o ritmo de alta de juros para 50 p.b. na próxima reunião em novembro.

EUA: Ata do FOMC sugere moderação no ajuste dos juros. A ata de setembro destacou que todos os participantes apoiaram a decisão de reduzir a taxa básica em 50 pontos-base com o objetivo de equilibrar o mercado de trabalho e manter a trajetória de desinflação. No entanto, parte dos membros preferia um corte de 25 pontos, considerando a inflação ainda elevada e o crescimento econômico sólido.

EUA: Diretores  do Fed defendem cautela na política monetária.

Lorie K. Logan, do Fed de Dallas, afirmou que os riscos inflacionários ainda são significativos, justificando um ajuste mais gradual dos juros para evitar que a inflação se mantenha acima da meta de 2%. Entre os riscos citados estão a demanda forte e choques geopolíticos. Para ela, o Fed deve proceder com cautela e ajustar a política conforme necessário, sem seguir um caminho predefinido e mantendo-se atento à evolução do cenário.

Susan Collins, do Fed de Boston, disse que a economia dos EUA está em boa posição e a política monetária deve manter esse equilíbrio. O corte de 50 pontos base foi prudencial, mas novos ajustes dependerão da evolução dos dados, ressaltando que a política não está em um curso fixo. Mary Daly, do Fed de São Francisco, explicou que o corte de 50 pontos base foi necessário para alinhar os juros nominais com a queda da inflação e evitar sufocar a economia. Daly destacou ainda que novos cortes de mesma magnitude não são esperados e as próximas decisões dependerão do comportamento dos indicadores econômicos.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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