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- Intensificação dos conflitos no Oriente Médio prejudica o apetite por risco;
- Mercado agora projeta 50 p.b. de cortes nos juros americanos até dezembro — em linha com nosso cenário base;
- Nos EUA, diretor do Fed alerta para riscos atrelados ao desemprego e inflação;
- Mercados chineses voltam a operar depois de longo feriado;
- Por aqui, o IGP-DI subiu mais que o esperado em setembro.
Mercados
Os riscos geopolíticos continuam a afetar os mercados.
Os combates no Oriente Médio se intensificaram depois que o Hezbollah, apoiado pelo Irã, disparou foguetes contra Haifa — a terceira maior cidade de Israel. Por sua vez, Israel parece prestes a expandir sua ofensiva no Líbano.
O dólar se mantém nas máximas de sete semanas contra as principais moedas nesta terça-feira (08). Investidores analisam as perspectivas para as taxas de juros nos EUA após o forte relatório de emprego na semana passada, que derrubou apostas em cortes agressivos. Outro fator no radar é justamente o aumento das tensões no Oriente Médio, que prejudica o apetite por risco.
Os mercados alteraram drasticamente as projeções de flexibilização monetária por parte do Fed e não estão mais precificando 100% de chance para um corte em novembro. As novas projeções atribuem 86% para uma redução de 25 pontos base e um total de 50 p.b. até dezembro, em linha com nosso cenário. O título de 10 anos está em 4,02%, enquanto o de 2 anos está em 3,96%.
O índice do dólar, que mede a moeda americana contra os principais pares, está em 102,4 — ligeiramente abaixo da máxima de sete semanas.
Os preços do petróleo estão em queda com uma realização de lucros após a alta para os maiores níveis em mais de um mês na segunda-feira (07), em meio a temores de que o Oriente Médio esteja à beira de uma guerra em toda a região. Os contratos futuros de Brent estão caindo 1,7%, para US$ 79,5 por barril depois de uma alta de mais de 3% ontem.
O rali nos mercados chineses perdeu força hoje, após um comunicado da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma do país que forneceu poucos detalhes sobre novos estímulos. Enquanto o CSI 300 do continente disparou mais de 10% na abertura desta terça em seu retorno do feriado da Golden Week, o índice reduziu os ganhos para registrar um aumento de 5,9%. O índice Hang Seng de Hong Kong chegou a despencar mais de 10% antes de se recuperar ligeiramente para uma perda menor de 5,9% na última hora de negociação. Os demais mercados da Ásia caíram hoje.
Os mercados europeus estão em queda, enquanto nos EUA os futuros operam próximos da estabilidade.
Ontem, o Ibovespa subiu 0,17%, aos 132.018 pontos. O dólar avançou 0,56%, fechando a R$ 5,4859.
Economia
Brasil: o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 1,03% em setembro. O resultado veio acima da mediana das expectativas de 0,83% e agora acumula alta de 4,83% nos últimos 12 meses.
A alta foi puxada pelos produtos agropecuários — com destaque para soja, laranja e carne bovina. A inflação ao consumidor registrou 0,63% no mês, impulsionada por tarifas de energia elétrica e alimentos como café e carne bovina.
EUA: o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que a economia americana segue resiliente, mas alertou para os riscos de subida do desemprego e nova pressão inflacionária.
Segundo ele, quando o Fed sobe o juro agressivamente, isso gera um freio sobre o crescimento econômico que se manifesta em seguida na forma de fraqueza do mercado de trabalho — o que não está ocorrendo agora. O fato de que a inflação corrente está em desaceleração com mercado de trabalho robusto é uma boa notícia, mas embute dois riscos: o primeiro é de subida mais rápida do desemprego, devido aos efeitos defasados da política monetária; o segundo é de uma nova intensificação da inflação — a exemplo do ocorrido no início deste ano. Ele não vê indícios que justifiquem a materialização de ambos esses riscos. Em sua visão, no pré-pandemia o juro nominal neutro era de 2% (zero real). Hoje, ele pensa que o juro nominal neutro subiu para algo em torno de 3% (1% real).
Já Alberto Musalem, do Fed de St. Louis, disse ontem que apoia mais cortes nas taxas de juros à medida que a economia avança em um caminho saudável. Ele também destacou ser apropriado agir com cautela e não exagerar na flexibilização. “Novas reduções graduais na taxa de juros provavelmente serão apropriadas ao longo do tempo”, afirmou o dirigente.
Alemanha: a produção industrial surpreende, mas tendência é de baixa. A produção industrial alemã cresceu 2,9% em agosto — acima das expectativas, mas mantendo uma tendência de baixa devido à fraqueza na demanda.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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