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- Conflito no Oriente Médio se intensifica e aumenta temores de uma guerra em larga escala;
- O agravamento do conflito reduz o apetite ao risco dos investidores;
- Nos EUA, número de vagas de emprego alcançou o maior nível em três meses;
- A agência de classificação de risco Moody’s elevou o rating soberano do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva;
- Com elevação do rating de risco soberano, juros brasileiros caíram ontem.
Mercados
Na terça-feira (01), o Irã lançou um ataque com mísseis balísticos contra Israel em retaliação pelas mortes de líderes militantes e pela agressão de Israel no Líbano contra o Hezbollah — movimento armado apoiado por Teerã.
O primeiro-ministro israelense, Netanyahu, prometeu que o arqui-inimigo Irã pagaria pelo ataque com mísseis contra Israel ontem. Enquanto isso, Teerã declarou que qualquer retaliação seria respondida com “uma destruição vasta”, aumentando os temores de uma guerra em larga escala.
Não foram relatados feridos em Israel. No entanto, a promessa de Israel de responder ao ataque aumentou a possibilidade de escalada do conflito.
O agravamento do conflito no Oriente Médio reduziu o apetite por risco dos investidores. Os preços do petróleo subiram e o Índice de Volatilidade CBOE (VIX) disparou após o Irã lançar os mísseis.
Na manhã desta quarta-feira (02), as taxas dos Treasuries dos EUA estão em leve alta, reduzindo o movimento de “fuga para qualidade” com a taxa de 10 anos em 3,76% e a de 2 anos em 3,62%.
O dólar se manteve em alta, com o índice DXY em 101,3. Os preços do ouro estão estáveis hoje, com o ouro à vista em US$ 2.659,9 por onça. As criptomoedas caíram ontem e estão em leve alta nesta manhã, com o Bitcoin voltando para US$ 61.137.
Os preços do petróleo estão em alta com os futuros do Brent subindo 1,1% para US$ 74,4 por barri. Ontem os benchmarks de petróleo subiram mais de 5%.
Os mercados da China estão fechados até o final da semana devido ao feriado da Golden Week. No entanto, o índice Hang Seng de Hong Kong subiu mais de 6% — sinalizando maior otimismo em relação às políticas de estímulo de Pequim.
As ações europeias abriram em leve alta nesta manhã. Os futuros de ações em Wall Street, por sua vez, operam em leve queda.
Por aqui, a alta da Petrobras ON (+2,67%) e PN (+2,67%) — devido à alta do petróleo — empurrou o Ibovespa que subiu 0,51%, aos 132.495 pontos, ontem. O dólar subiu 0,31%, cotado a R$ 5,4641. Os juros futuros fecharam em queda depois que a Moody’s, em um movimento surpreendente frente à perda de credibilidade do arcabouço, elevou o rating do Brasil para Ba1, um nível abaixo do Grau de Investimento, com perspectiva positiva.
Economia
EUA: Em agosto, o número de vagas de emprego subiu para 8,04 milhões, acima dos 7,71 milhões de julho e atingindo o maior nível em três meses. Apesar disso, a média móvel trimestral das vagas continuou em queda. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelos setores de construção e pelos governos estadual e local, superando as expectativas de 7,69 milhões de vagas. A taxa de desligamentos voluntários recuou para 1,9%, o nível mais baixo desde junho de 2020 — o que indica que os trabalhadores estão menos confiantes em conseguir novos empregos. Além disso, a proporção de vagas de emprego para trabalhadores desempregados aumentou ligeiramente para 1,13, mas ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia.
EUA: O ISM da indústria manteve-se em 47,2 pontos em setembro, abaixo das expectativas de 47,5 pontos, sinalizando que o setor industrial continua em contração. O subíndice de novos pedidos subiu para 46,1 pontos, de 44,6 pontos em agosto, mostrando uma desaceleração no ritmo da queda, mas a fraca demanda deve manter a produção industrial em baixa no curto prazo. Em setembro, os estoques dos produtores caíram, enquanto os estoques dos clientes atingiram um nível neutro. O subíndice de emprego caiu para 43,9 pontos, indicando uma aceleração na perda de postos de trabalho na manufatura.
Brasil: A agência de classificação de risco Moody’s elevou o rating soberano do Brasil de Ba2 para Ba1 com perspectiva positiva, colocando o país a uma nota do grau de investimento. A agência justificou a melhoria com base no crescimento econômico mais robusto e no progresso das reformas fiscais e econômicas. Segundo a agência, embora o Brasil ainda enfrente desafios com o elevado custo da dívida, a continuidade das reformas e o cumprimento do arcabouço fiscal podem estabilizar a dívida no médio prazo. A perspectiva positiva sugere que o crescimento sustentável e a disciplina fiscal podem fortalecer a credibilidade institucional, reduzindo os custos de captação e melhorando a trajetória da dívida.
No comunicado da decisão, a Moody´s cita a estabilização da dívida bruta em 82,0% do PIB no médio prazo, o que avaliamos que não será possível com a dinâmica atual de expansão dos gastos como saúde, educação e benefícios sociais que estão acima da regra de crescimento real de 2,5% do arcabouço fiscal. Nossa expectativa é que dívida bruta deverá alcançar o patamar de 85,8% do PIB ao final de 2026. Portanto, parece mais provável que a perspectiva positiva seja revisada para neutra, enquanto um upgrade só entre em pauta quando medidas estruturais de controle de gastos forem aprovadas.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.