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- O S&P fechou o último pregão de setembro em nova máxima histórica, com 20,8% de ganho no acumulado de 2024 até o momento;
- Jerome Powell reforçou a solidez da economia americana e projetou cortes de 25 pontos nos juros;
- Na Zona do Euro, a inflação anual desacelerou em agosto;
- Por aqui, o setor público registrou um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto;
- Na Monte Bravo, mantemos nossa projeção de déficit de 0,6% do PIB em 2024.
Mercados
Setembro terminou com o S&P 500 subindo 0,4% para fechar em um novo recorde aos 5.762 pontos, com valorização de 20,8% no ano. O índice foi impulsionada por um cenário benigno no qual a economia dos EUA faz um pouco suave enquanto o Fed corta os juros.
Embora o risco geopolítico não esteja afetando os mercados, é importante registrar a expansão do conflito no Oriente. O exército israelense iniciou uma operação “limitada e localizada” contra alvos do Hezbollah no sul do Líbano, o que abre uma nova frente em sua guerra contra a milícia xiita radical e aumenta o risco de um conflito aberto com o Irã.
Ontem (30), o presidente do Federal Reserve Jerome Powell, reiterou que a economia está sólida e afirmou que, se os dados econômicos permanecerem consistentes, ele projeta mais dois cortes de 25 pontos base este ano. Powell completou apontando que o corte de 50 p.b. não deve ser entendido como um sinal de que o Fed continuará reduzindo as taxas de maneira agressiva.
A fala, que sanciona nosso cenário de cortes de 25 p.b. nas próximas seis reuniões, gerou uma reavaliação no mercado que tem mantido cortes mais agressivos. Agora, a aposta de um corte de 0,25 p.p. passou a ser majoritária (63%) para novembro.
Na manhã desta terça-feira (01), as taxas das Treasuries operam em queda. A taxa de 10 anos está de volta a 3,75% e o título de 2 anos em 3,61%.
O dólar valorizou e o índice DXY subiu para 101, nível mais alto em duas semanas. O ouro está em leve alta de 0,5% e o Bitcoin sobe 0,3%.
Os preços do petróleo se mantiveram estáveis, mesmo diante do agravamento do conflito no Oriente Médio. Os futuros do Brent para entrega em dezembro subiram 13 centavos, ou 0,18%, para US$ 71,83 por barril.
Os mercados da Ásia apresentaram resultados mistos, enquanto os mercados da China permaneceram fechados por feriado. As ações europeias começaram as negociações de outubro em território positivo e os futuros dos EUA estão praticamente estáveis.
Por aqui, ontem o Ibovespa terminou o dia com queda de 0,69% aos 131.816 pontos — fechando o mês em queda de 3,08%. O dólar à vista encerrou o pregão em alta de 0,19%, cotado a R$ 5,4469 e com queda de 3,30% em setembro. Os juros futuros, por sua vez, foram pressionados pelo risco fiscal e pela alta das Treasuries e fecharam o dia em alta.
Economia
Zona do euro: a inflação anual recuou para 1,8% em setembro, abaixo dos 2,2% registrados em agosto e em linha com as projeções dos analistas. O núcleo da inflação também desacelerou levemente, de 2,8% para 2,7%. A principal influência para essa queda foi a redução nos preços do diesel — que recuaram 3% no mês e contribuíram com 0,25 ponto percentual para a taxa anual. A inflação de serviços também apresentou um leve declínio, impulsionada pela queda nos custos de serviços em países como França, Espanha e Itália, além da moderação nas margens de lucro e nos custos trabalhistas.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE) Christine Lagarde destacou os avanços no controle da inflação, que serão analisados na reunião de outubro. A combinação entre a desaceleração inflacionária e a fraqueza dos indicadores econômicos reforça a expectativa de corte de 25 p.b. nas taxas de juros pelo BCE na reunião deste mês, o que levaria a taxa de juros para 3,25% a.a.
Zona do euro: a confiança da indústria intensifica contração em setembro, com o PMI da indústria recuando para 44,8 pontos no período. Indicadores como produção, novos pedidos, emprego e atividades de compras registraram quedas mais acentuadas. Além disso, os fabricantes da zona do euro reduziram seus estoques, refletindo a piora nas expectativas de crescimento dos negócios, que atingiram o nível mais baixo em dez meses. Pela primeira vez desde maio, os custos de insumos diminuíram e os preços dos bens vendidos pelas fábricas também recuaram. Esse cenário evidencia um enfraquecimento generalizado do setor manufatureiro, apontando para uma desaceleração mais intensa do que a observada em períodos anteriores.
Brasil: o setor público registrou um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto. No acumulado dos últimos 12 meses, o resultado primário consolidado somou um déficit de R$ 256,3 bilhões, equivalente a 2,3% do PIB.
A dívida líquida do setor público alcançou R$ 7,026 trilhões (62,0% do PIB) em agosto, um aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior — impulsionado principalmente pelo déficit primário e pelos juros nominais incorridos. A dívida bruta do governo geral, por sua vez, totalizou R$ 8,898 trilhões (78,5% do PIB), também com alta de 0,2 ponto percentual, sendo os juros incorridos no período o principal fator para esse aumento.Mantemos a expectativa de déficit de 0,6% do PIB para 2024, sem considerar os descontos dos gastos para o enfrentamento das enchentes no Rio Grande do Sul e para a emergência climática — o que permite abater até R$ 40,5 bilhões do resultado primário. A dívida bruta deverá atingir 78.8% do PIB em 2024.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.