Como a Selic em 10,75% impacta os seus investimentos? - Monte Bravo

Como a Selic em 10,75% impacta os seus investimentos?

19/09/2024 às 11:00

19

Quinta

Set

5 minutos de leitura
Compartilhar

O que a alta dos juros no Brasil tem a ver com seus investimentos

O Banco Central decidiu, na quarta-feira (18), elevar a Selic em 25 pontos-base (0,25 ponto percentual). A taxa de juros brasileira, que antes estava em 10,50% ao ano, agora está em 10,75% a.a. 

E a previsão é de novos aumentos. Aqui na Monte Bravo, esperamos que a Selic fique em 12% a.a. no início de 2025. 

Isso porque, mesmo com a redução dos juros nos Estados Unidos, o cenário brasileiro permanece afetado pelas dúvidas especialmente em relação ao ajuste fiscal. Essa incerteza faz o dólar subir e, em consequência, pressiona a inflação para cima.  

Mas como ficam os seus investimentos nesse contexto? A partir de agora, você vai entender: 

  • Por que a Selic subiu; 
  • Como o corte de juros nos EUA pode beneficiar seus investimentos; 
  • O que esperar da renda fixa, das ações, dos fundos imobiliários e mais. 

Por que os juros subiram no Brasil?

O Comitê de Política Monetária (Copom), um grupo de diretores do Banco Central, decidiu elevar a Selic.  

Esse é um movimento que contraria a expectativa de queda de juros que tínhamos no início deste ano, mas que, aqui na Monte Bravo, enxergamos como necessário.  

Três grandes fatores levaram à alta da Selic. São eles: 

1 – Expectativas de inflação desalinhadas e incertezas no cenário fiscal 

Como já comentamos em detalhes na nossa Carta Mensal de setembro, existem muitas incertezas sobre a capacidade do governo de controlar o avanço da dívida pública.  

Esse controle é fundamental para aumentar a atratividade do Brasil para investimentos estrangeiros. 

A meta fiscal para 2025 e 2026 foi alterada em abril, um dos principais motivos para a alta do dólar neste ano. Com as medidas propostas no Orçamento de 2025, enxergamos que ela dificilmente será cumprida.  

É essa incerteza que faz o dólar subir. A moeda americana, que operava perto dos R$ 5 antes da mudança da meta, chegou a ficar acima dos R$ 5,70 em julho e hoje é cotada na casa dos R$ 5,40. 

E dólar alto, em algum momento, vira inflação. Muitos dos produtos que consumimos são influenciados pela moeda americana, especialmente alimentos e combustíveis. 

É por isso que existe um desalinhamento de longa data entre as expectativas de inflação do mercado e a meta do Banco Central para o IPCA — a tão falada desancoragem de expectativas.  

A principal ferramenta que o Banco Central tem para controlar a inflação (e as expectativas para o indicador) é a Selic. Portanto, nesse cenário, subir os juros é a saída. 

2 – A troca de comando no Banco Central 

A partir do ano que vem, o Banco Central terá um novo presidente, indicado pelo governo atual. O nome para substituir Roberto Campos Neto é Gabriel Galípolo, que já faz parte do Copom.  

Antes do anúncio da nova taxa Selic, o economista deu várias declarações de que decidiria pela alta dos juros se isso fosse necessário — na nossa visão, uma estratégia para afastar a ideia de que ele seria suscetível à pressão do governo para baixar os juros. 

Outros diretores do Banco Central fizeram coro e isso gerou bastante ruído no mercado, o que levou o Copom a ter de cumprir sua promessa. De certa forma, foi um movimento para reforçar credibilidade.  

3 – A força da economia brasileira 

O crescimento acima do esperado do PIB brasileiro no 2º trimestre abriu espaço para um aperto nos juros.  

Isso porque o Banco Central entendeu que o risco de uma inflação descontrolada se tornou maior que o risco de uma recessão

Essa percepção estava associada, entre outros fatores, a uma possível postura branda do BC — um cenário em que a autoridade monetária faria pouco ou nada para conter o avanço da inflação. 

Mas, com o PIB forte, o aumento dos juros pode ter um custo pequeno para a economia e pode ajudar a diminuir os riscos associados a um BC permissivo com a inflação. 

Na nossa Carta Mensal de setembro, antecipamos o movimento do Copom e falamos em mais detalhes sobre o contexto e efeitos desta alta de juros. Clique aqui para conferir a carta na íntegra. 

Como o corte de juros nos EUA beneficia a sua carteira? 

Uma Selic mais alta, em teoria, aumenta a atratividade da renda fixa e desestimula os investimentos em renda variável. 

Na prática, não é bem assim. 

Isso porque os Estados Unidos deram início ao seu tão aguardado ciclo de queda de juros. A decisão, inclusive, foi anunciada no mesmo dia que a alta da Selic no Brasil. 

Períodos de juros mais baixos nos EUA são associados a um dólar mais fraco e maior apetite ao risco no mundo todo. 

Esse apetite contribui para a valorização do real e de diversos tipos de investimentos, incluindo as ações.  

Os mercados emergentes, entre eles o Brasil, tendem a receber um fluxo maior de dinheiro estrangeiro, o que favorece os ativos de risco. 

Dessa forma, mesmo com a incerteza fiscal limitando uma arrancada mais forte dos investimentos brasileiros, nosso mercado também vai se beneficiar. 

Leia mais: Fed: corte agressivo é um seguro contra o risco de maior desaceleração

O que esperar dos investimentos após a alta da Selic? 

Mercado de ações 

O mercado já trata como consenso a nossa visão de que o Ibovespa pode superar os 145 mil pontos até o final de 2024 com ajuda do fluxo estrangeiro.  

Para o mercado de ações, isso significa um bom avanço, já que o IBOV é negociado hoje em torno dos 135 mil pontos. 

E quais são as ações que mais tendem a se beneficiar desse cenário? 

Em entrevista ao site E-Investidor, Bruno Benassi, nosso analista de ativos, citou o setor de Seguros como o principal beneficiado pela alta da Selic: 

“Nesse caso, podemos mencionar empresas como BB Seguridade (BBSE3), Caixa Seguridade (CXSE3), parte da Rede D’Or (RDOR3) como a Sul América), além da Hapvida (HAPV3), pois essas companhias possuem reservas técnicas. Essas reservas, em sua maioria, estão atreladas ao CDI ou à própria Selic”, aponta Benassi. 

Na nossa Carta Mensal, mencionamos outros setores que também podem oferecer retornos interessantes: 

  • Bancos; 
  • Commodities e exportadores; 
  • Utilidades, como saneamento e energia; 
  • Shopping centers.

Leia mais: confira a Carta Mensal de setembro da Monte Bravo

Fundos imobiliários 

Também na renda variável, os fundos imobiliários oferecem oportunidades interessantes. 

A Selic em alta favorece especialmente os investimentos em fundos de recebíveis (fundos de papel), uma vez que a carteira desses fundos geralmente contém papéis associados ao CDI e ao IPCA. 

Quando os juros sobem, todas as taxas de renda fixa aumentam, tanto IPCA+ quanto CDI+. Assim, a rentabilidade dos ativos na carteira desses fundos também aumenta.  

Isso pode significar tanto a valorização das cotas quanto o aumento na distribuição de rendimentos (este último ponto depende da estratégia de cada fundo). 

Além disso, a categoria conta com isenção de Imposto de Renda sobre a distribuição de rendimentos para pessoa física. Ou seja: renda mensal isenta de IR.

Renda fixa 

A renda fixa segue com ótima relação entre risco e retorno em todas as modalidades — CDI, IPCA e prefixados.  

Quando a Selic sobe, as taxas desses investimentos se ajustam ao novo cenário e às perspectivas para a trajetória dos juros. Assim, com os juros em alta, esses títulos tendem a oferecer taxas maiores de retorno. 

Se você já tem esses papéis na sua carteira, vale a pena conversar com seu assessor aqui na Monte Bravo para entender qual é a estratégia mais adequada para a sua carteira neste momento. 

Crédito privado 

Assim como a renda fixa tradicional, o crédito privado também é favorecido pelos juros em alta. 

A categoria, que inclui títulos como CRIs, CRAs e debêntures, tem suas taxas calibradas de acordo com as expectativas para a trajetória dos juros. 

Como esses papéis costumam ter risco um pouco maior do que a renda fixa convencional, a rentabilidade oferecida também tende a ser maior. 

Outro diferencial da categoria é a isenção de Imposto de Renda para a pessoa física, o que significa que 100% da rentabilidade do papel fica com o investidor. 

Conte com a Monte Bravo para definir a estratégia ideal para você

Está em dúvida sobre quais são os investimentos ideais para seu perfil e seus objetivos? Os especialistas aqui da Monte Bravo podem ajudar você. 

Oferecemos oportunidades exclusivas para nossos clientes, tanto em renda fixa quanto em renda variável, e podemos definir a estratégia de investimento ideal para você. 

Abra sua conta na Monte Bravo ou fale com seu assessor de investimentos para saber mais detalhes.

Artigos Relacionados

  • 13

    Sexta

    Set

    13/09/2024 às 09:15

    Investimentos

    Informe diário Monte Bravo Corretora — 13/09/2024

    📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui. Mercados Os ativos de risco estão no aguardo da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) nos dias 17 e 18 de setembro quando o Banco central dos EUA deve começar o ciclo de redução das taxas de juros. Atualmente, a taxa base do Fed, …

    Continue lendo
  • 12

    Quinta

    Set

    12/09/2024 às 09:18

    Investimentos

    Informe diário Monte Bravo Corretora — 12/09/2024

    📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui. Mercados Os ativos de risco tiveram um dia de recuperação ontem (11), depois que o CPI (veja abaixo) mostrou que a inflação americana continua a desacelerar. Embora o dado de inflação tenha desestimulado apostas em um corte mais forte dos Fed Funds, o S&P 500 subiu …

    Continue lendo
  • 11

    Quarta

    Set

    11/09/2024 às 09:13

    Investimentos

    Informe diário Monte Bravo Corretora — 11/09/2024

    📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui. Mercados Os ativos de risco seguem sofrendo com o temor de recessão. O que faz mais sentido, porém, não é de uma recessão nos EUA, mas sim na China — o que pressionou os preços do petróleo, as taxas de juros globais e o dólar ontem …

    Continue lendo

Fechar

Loading...