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- Mercado processa corte de juros nos EUA;
- Opção por uma largada mais forte reforça a confiança do Fed na convergência da inflação;
- Cenário global endossa visão da Monte Bravo, com Dólar mais baixo e panorama favorável para ativos de risco;
- No Brasil, Copom elevou os juros para 10,75% a.a.
Mercados
Ontem (18), o Federal Reserve decidiu por um corte de 50 pontos-base na taxa de juros, trazendo a taxa de Fed Funds para a faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano (Leia mais).
A pesquisa com os diretores sobre as projeções para a economia também indicou, por meio de seu “dot plot”, que espera mais duas reduções de 25 pontos até o final de 2024. Além disso, a pesquisa indicou mais 100 pontos. de queda em 2025, o que levará a taxa base dos EUA para 3,5% — em linha com a previsão da Monte Bravo.
Powell ressaltou que a economia continua forte, com muitos indicadores do mercado de trabalho — como pedidos de seguro-desemprego e até mesmo a atual taxa de desemprego (4,2% ) — em níveis que não são preocupantes.
O desenho do cenário global endossa a visão da Monte Bravo, onde o dólar enfraquece porque o Fed está cortando os juros e a economia está realizando um pouso suave. Isso cria um panorama muito favorável para os ativos de risco.
As taxas dos Treasuries dos EUA estão mais altas nesta quinta-feira (19). A taxa dos Treasuries de 10 anos está em 3,70%, enquanto a de 2 anos está em 3,59%.
O Dólar recuperou ante uma cesta de moedas e o DXY está em 101. Os preços do ouro mantiveram-se estáveis, com o ouro à vista praticamente inalterado a US$ 2.562,85 por onça.
Os preços do petróleo caíram nas negociações asiáticas na quinta-feira, com os contratos futuros de petróleo Brent para novembro caindo 34 centavos, ou 0,46%, para US$ 73,31 por barril.
Os mercados asiáticos subiram nesta quinta, com o Nikkei 225 do Japão subindo 2,13% para fechar em 37.155 pontos. O Banco do Japão iniciou a reunião que termina na sexta-feira (20) com a decisão chave sobre a taxa. O Iene fortaleceu-se ligeiramente para 142,18 em relação ao Dólar nas negociações da tarde.
Os mercados europeus estão em forte em alta hoje, enquanto os futuros das ações dos EUA também estão em alta firme.
O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do Brasil negociado em Wall Street, opera em alta de 2,0% no pré-mercado de Nova York. As American Depositary Receipts (ADRs) das principais empresas brasileiras avançam: Vale (+3,0%), Petrobras (+1,3%), Bradesco (+1,1%) e Itaú Unibanco (+0,8%). Por aqui, antes da decisão do Copom, o dólar caiu 0,48% — fechando a R$ 5,4617. O Ibovespa perdeu 0,90% ontem, aos 133.748 pontos.
Economia
EUA: O Fed iniciou o ciclo de corte de juros com uma redução de 50 p.b. na taxa básica de juros, surpreendendo o consenso do mercado e nossa expectativa — que eram ambas de queda de 25 p.b. O Fed justificou que houve progressos em direção ao objetivo de atingir a meta de 2,0% de inflação. Ao ver riscos simétricos, ganhou confiança para iniciar o ciclo com um corte maior — fazendo uma espécie de seguro contra uma desaceleração mais forte do mercado de trabalho que, embora não esteja prevista, permanece um risco.
Mantemos a expectativa de cortes de 25 p.b. nas duas próximas reuniões, reduzindo a taxa de juros para 4,5% a.a. em dezembro desse ano. Ao longo do próximo ano, o Fed deverá reduzir os juros adicionalmente e terminar o ciclo de cortes com a taxa de juros básica em 3,5% a.a. em dezembro de 2025.
Na próxima página, você pode ler mais detalhes no Monte Bravo Analisa – FOMC com análise detalhada da decisão e suas implicações para os ativos e os investimentos.
Brasil: O Copom elevou a Selic em 25 p.b., subindo a taxa Selic de 10,50% para 10,75% a.a. — em linha com nosso cenário e o consenso do mercado (Leia mais). O Banco Central avaliou que o “cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista”.
Considerando o cenário de manutenção do balanço de riscos assimétrico, esperamos mais dois movimentos de 50 p.b. e um aperto final de 25 p.b., levando a taxa Selic para 12,00% a.a. em janeiro de 2025.
Preços de ativos selecionados
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.