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- O foco do mercado está totalmente voltado para a decisão de juros do Fed;
- Os mercados apostam em um corte de 50 pontos-base;
- A área de Análise da Monte Bravo mantém a projeção de um corte de 25 p.b.;
- Na zona do euro, a inflação desacelerou para 2,2% na taxa anual;
- No Brasil, as incertezas fiscais causam alta nos juros de longo prazo.
Mercados
O foco nesta quarta-feira (18) estará todo voltado para a decisão os juros do Federal Reserve. Espera-se que o banco central dos EUA faça seu primeiro corte na taxa de juros, com as projeções dos diretores às 15h e, meia hora depois, o presidente Jerome Powell realiza uma coletiva de imprensa.
Os futuros das taxas de juros implicam uma chance de 63% de um corte de 50 p.b., com um total de 116 p.b. em 2024. Apesar do crescimento das apostas em um corte maior, mantemos a visão de que o panorama da economia não demanda um movimento emergencial.
As taxas de juros do Tesouro dos EUA estão estáveis, com o título de 10 anos em 3,66%. Enquanto isso, a taxa do título de 2 anos está em 3,61%.
O Dólar caiu junto com as taxas de juros dos EUA desde julho e está estável nesta manhã, com o DXY em 100,7. Os preços do ouro ficaram estáveis nesta quarta, enquanto os investidores ponderavam as chances de um corte de taxa de juros excessivo pelo Federal Reserve mais tarde. O ouro à vista permanece inalterado em US$ 2.571 por onça, enquanto o Bitcoin recuperou para US$ 60.394, em alta de 4,3%.
Os preços do petróleo estabilizaram. Os futuros do petróleo Brent para novembro negociam a US$ 73,67 o barril.
Os mercados da Ásia e Pacífico fecharam em sua maioria em alta na quarta-feira, com o S&P/ASX 200 da Austrália em novo patamar recorde. Enquanto isso, os mercados europeus estão em queda com o STOXX 600 em -0,3%, ao passo que os futuros em Wall Street estão marginalmente positivos. Por aqui, o Ibovespa fechou em queda de 0,12% ontem (17), aos 134.960 pontos. O Dólar caiu 0,45%, fechando a R$ 5,4859, enquanto os juros futuros caíram na ponta curta, mas subiram na longa sob o impacto da incerteza fiscal.
Economia
EUA – As vendas no varejo cresceram 0,1% na margem em agosto, superando as expectativas de queda de 0,2%. As vendas do grupo de controle — que excluem veículos, gasolina, serviços de alimentação e materiais de construção — cresceram 0,3%, conforme esperado. Com esse resultado, a média móvel trimestral avançou 5,7% ao ano.
Oito das 14 categorias apresentaram queda, com destaque para os postos de gasolina (-1,2%) e automóveis (-0,1%). O principal impulso positivo veio das compras online e, em menor grau, de outros tipos de gastos. Tradicionalmente, o período de volta às aulas impulsiona as vendas de agosto, mas, neste ano, os consumidores se concentraram em promoções e descontos.
EUA – A produção industrial cresceu 0,8% na margem em agosto, recuperando-se da queda revisada para 0,9% em julho. Esse aumento superou as expectativas do mercado, que projetavam um crescimento de 0,2% no mês.
A produção de automóveis e peças aumentou 9,8% em agosto, contribuindo com 54 pontos-base para o crescimento da produção industrial. A produção de bens de consumo subiu 0,7%, impulsionada pelos bens duráveis — que cresceram 5,8% em agosto após recuarem 5,4% no mês anterior. O aumento na manufatura foi favorecido pela maior utilização da capacidade, que subiu para 78,0% em agosto, frente a uma revisão para 77,4% em julho, atingindo assim a média histórica desse indicador.
Zona do euro – O CPI caiu para 2,2% em termos anuais em agosto, comparado a 2,6% em julho. A principal contribuição veio da queda nos preços da energia, com os bens industriais exercendo leve pressão negativa. O núcleo do CPI registrou alta de 2,8%, uma redução em relação aos 2,9% de julho, enquanto a inflação dos serviços subiu de 4,0% para 4,1% — impulsionada pela alta nos preços de hospitalidade na França e nos pacotes de viagens na Alemanha. Essa alta nos serviços parece ser temporária, como indicado pela desaceleração da variação anualizada de preços nos últimos três meses — que caiu para 4,8% em agosto, ante 6,0% em julho. A remuneração por empregado também desacelerou, caindo para 4,3% no segundo trimestre de 2024, abaixo da previsão de 5,1% do BCE, refletindo um alívio nas pressões de custo. Essa queda no crescimento salarial, que atingiu 0,4% no segundo trimestre, após 1,2% no primeiro, reduz as preocupações do BCE sobre o impacto dos salários na inflação.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.