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Mercados
Os mercados globais estão em compasso de espera para a divulgação do índice de inflação preferido do Fed nesta sexta-feira (30).
Na abertura do último dia de agosto — um mês que começou com um rápido crash associado ao fortalecimento do iene —, o S&P 500 acumula um ganho de 1,3%. Enquanto isso, o Nasdaq recua 0,5% neste mês e o dólar perde 2,6% de acordo com o índice DXY. As taxas de juros nos EUA registram um forte recuo no mês, com a taxa de 2 anos caindo 35 p.b. ao incorporar os cortes a partir de setembro, enquanto a taxa de 10 anos recua 17 p.b. até aqui.
O mercado vai fiar atento à divulgação do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE) dos EUA às 9h30. Economistas antecipam um aumento mensal de 0,2% em julho e 2,5% em termos anuais. Mais importante vai ser o núcleo do indicador, para o qual se espera uma alta de 0,2% em relação ao mês anterior, lavando a taxa anual para 2,7%.
Os mercados futuros agora favorecem uma redução de 25 p.b. em setembro, atribuindo apenas 34% de probabilidade para um corte de 50 p.b. na reunião.
A taxa do Tesouro dos EUA de 10 anos permaneceu quase inalterado em 3,86%, enquanto o Tesouro de 2 anos subiu para 3,1%.
O índice do dólar dos EUA — que mede a moeda em relação a uma cesta de seis principais pares — ficou praticamente estável em 101,4. Os preços do ouro subiram na quinta-feira (29), com o ouro à vista ganhando 0,91% para US$ 2.525,12 por onça.
Os preços do petróleo permaneceram estáveis no início das negociações desta sexta, enquanto os investidores ponderam preocupações com a oferta no Oriente Médio contra os sinais de demanda enfraquecida. Os futuros do Brent para novembro caíram 7 centavos, ou 0,09%, para US$ 78,75 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam em alta hoje. Os mercados europeus também estão em alta nesta manhã, enquanto os futuros das ações dos EUA operam praticamente estáveis. Por aqui, ontem o dólar subiu 1,22%, cotado a R$ 5,6231, sob a influência da decepção com as medidas fiscais e com a expectativa de uma saída de recursos (veja ao lado), o que levou a uma forte alta dos juros futuros. O Ibovespa fechou em queda de 0,95% aos 136.041 pontos.
Economia
EUA – O PIB cresceu a uma taxa anualizada de 3,0% na margem no 2° trimestre — superando a estimativa anterior de 2,8%. O crescimento foi puxado pelos gastos de consumo pessoal, que aumentaram 2,9% na margem, acima da taxa anterior de 2,3%. A revisão para cima nos gastos dos consumidores reflete um avanço mais forte nas compras de bens e serviços. Com isso, a demanda doméstica (consumo + investimentos em capital fixo) cresceu a uma taxa anualizada de 2,9% no segundo trimestre de 2024, após um avanço de 2,4% no primeiro trimestre. Apesar dessa aceleração, o crescimento está abaixo da forte expansão observada no segundo semestre de 2023. O crescimento acima do esperado do PIB e da demanda doméstica reduz a chance de um corte de 50 p.b. na reunião de 18 de setembro do Fed, mantendo o nosso cenário de cortes sequenciais de 25 p.b. até o final do ano mais provável.
Zona do Euro – A inflação desacelerou para 2,2% em termos anuais em agosto, em comparação com 2,6% em julho, conforme esperado. Essa redução foi principalmente influenciada pela queda nas contribuições das categorias de energia, incluindo combustíveis e contas de energia residencial — o que ajudou a aliviar a inflação geral. A inflação de bens industriais não energéticos também recuou, refletindo a continuidade do processo desinflacionário. No entanto, a inflação dos serviços subiu para 4,2% em agosto, o que gera preocupações no BCE. Esse aumento foi parcialmente atribuído ao impacto dos Jogos Olímpicos na França e aos preços de pacotes turísticos na Alemanha, embora alguns desses fatores possam ser temporários. Outro elemento que pode ajudar a conter os preços dos serviços é a menor alta nos salários negociados no segundo trimestre.Brasil – O Banco Central anunciou leilão de venda de US$ 1,5 bilhão no mercado à vista para hoje pela manhã. O anúncio foi feito ontem após o fechamento dos mercados. Há expectativa de saída de cerca de US$ 1,0 bilhão hoje em razão do rebalanceamento do fundo americano EWZ (MSCI Brazil ETF), que vai passar a incluir ações brasileiras listadas no exterior, como XP e Nubank. O EWZ é o principal ETF (fundo que replica um índice de mercado) brasileiro negociado nos Estados Unidos. O Banco Central está de maneira preventiva elevando a oferta de dólares para evitar uma disfuncionalidade do mercado de câmbio. Além disso, hoje é vencimento dos contratos futuros de câmbio e, provavelmente, o BC busca reduzir a distorção que a saída de dólares poderá gerar na formação da taxa de câmbio — que será referência para esses contratos futuros.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.