Um universo de possibilidades
Se você já pesquisou sobre investimento em CDB, deve ter se deparado com opções muito diferentes entre si.
Você pode ter visto, por exemplo, um tipo que oferece rentabilidade de 12% ao ano. Pode também ter pesquisado títulos com taxa de 120% do CDI ou até IPCA + 6% ao ano.
Mas, afinal, qual é a diferença entre esses CDBs? Qual deles é melhor para compor a sua carteira?
A resposta depende muito dos seus objetivos. A partir de agora, entenda o que considerar antes de fazer a sua escolha.
O que é CDB
CDB é a sigla para Certificado de Depósito Bancário, um título de renda fixa emitido por bancos.
Ele funciona como um empréstimo: o investidor compra o título em troca de receber o dinheiro de volta no futuro corrigido por juros.
Os CDBs são investimentos conservadores e podem fazer parte da carteira de qualquer investidor. Eles servem para:
- construir uma reserva de liquidez;
- rentabilizar seu patrimônio;
- proteger seu capital contra a inflação e as oscilações mais fortes no mercado.
Quanto às garantias oferecidas, esse tipo de investimento conta com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Ou seja, sua conta corrente e seus investimentos contam com um seguro em caso de inadimplência de bancos ou financeiras. O valor é de até R$ 250 mil por conta (considerando o conglomerado financeiro), no limite de R$ 1 milhão por CPF.
Tipos de CDB
CDB prefixado
Oferece uma taxa de retorno fixa, estabelecida no momento da aplicação. É o caso dos CDBs com rentabilidade de 12% ao ano, por exemplo.
Esse tipo de investimento é interessante para quem quer saber exatamente o valor a receber no vencimento do papel, independentemente das mudanças econômicas.
CDB pós-fixado
Tem rentabilidade atrelada a algum indicador do mercado, como o CDI (principal referência da renda fixa). A taxa, nesse caso, é expressa em percentual (% do CDI).
Portanto, para calcular o rendimento bruto desse tipo de CDB, é preciso saber quanto rendeu o CDI.
Veja um exemplo:
Suponha que o CDI acumulado em um determinado ano seja de 10%. Dessa forma:
- Um CDB de 100% do CDI renderia 10%
- Um CDB de 120% do CDI renderia 12%
Importante: o cálculo ainda não considera o pagamento de impostos.
O CDB pós-fixado em CDI é uma boa opção para vincular suas aplicações à taxa de juros do país, a Selic. Assim, o investimento renderá conforme essa taxa, não importa se ela subir ou cair.
CDB IPCA+
Combina uma taxa fixa com a variação da inflação medida pelo IPCA (inflação oficial do Brasil). Esse tipo de investimento protege seu capital contra a perda de valor ao longo do tempo e oferece ganho real (acima da inflação).
Impostos sobre aplicações em CDB
IOF
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incide sobre o lucro das aplicações em CDB inferiores a 30 dias. A cobrança começa em 96% no primeiro dia e cai progressivamente para 3% no 29º dia. A partir do 30º dia, o IOF não é mais cobrado.
Imposto de Renda
As aplicações em CDB estão sujeitas ao Imposto de Renda (IR), conforme a tabela regressiva. Isso significa que quanto maior for o prazo da aplicação, menor será o IR.
O Imposto de Renda é retido na fonte, ou seja, o banco ou a corretora realiza o desconto automaticamente no momento do resgate ou no vencimento do CDB.
Veja a seguir:
Período de investimento | Alíquota de IR |
---|---|
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
Resumo: diferenças entre os CDBs
Característica | CDB prefixado | CDB pós-fixado | CDB IPCA+ |
Rentabilidade | Fixa, determinada no momento da aplicação | Atrelada ao CDI (taxa que acompanha a Selic) | IPCA (inflação) + taxa fixa |
Previsibilidade | Alta: você sabe o valor exato que receberá no vencimento | Variável: depende da taxa CDI ao longo do tempo | Moderada: taxa fixa + resultado da inflação de um período |
Indicada para | Cenários de expectativa de queda de juros | Cenários de alta de juros ou estabilidade | Proteção contra inflação com potencial de ganho real |
Risco | Baixo, risco de crédito do banco emissor e de mudança nos juros de mercado | Baixo, risco de crédito do banco emissor | Baixo, risco de crédito do banco emissor e de mudança nos juros de mercado |
Vantagens | Permite retorno fixo | Acompanha a alta dos juros | Protege o investimento contra perda do poder de compra |
Desvantagens | Pode ter rendimento inferior se os juros subirem | Pode render menos em cenários de queda de juros | Rentabilidade menos previsível devido à variação da inflação |
Prazos | Curto, médio e longo prazo | Curto, médio e longo prazo | Médio e longo prazo |
Impostos | Imposto de Renda conforme a tabela regressiva + IOF sobre o lucro de aplicações inferiores a 30 dias | Imposto de Renda conforme a tabela regressiva + IOF sobre o lucro de aplicações inferiores a 30 dias | Imposto de Renda conforme a tabela regressiva + IOF sobre o lucro de aplicações inferiores a 30 dias |
Como montar uma carteira com CDBs
Se você já tem uma reserva financeira, é interessante pensar em diversificar seus investimentos em CDB para potencializar o retorno das suas aplicações.
É possível, por exemplo, dividir aportes entre CDBs prefixados, pós-fixados e ligados à inflação para aproveitar os benefícios que cada um oferece. Os percentuais dependerão das suas necessidades e objetivos financeiros.
Em tempos de juros altos, como os que vivemos agora, o CDB prefixado ganha atratividade. Isso porque, no futuro, com uma possível queda dos juros, a tendência é que esses títulos entreguem retornos melhores.
Mas tudo depende da evolução do cenário econômico. Hoje a Selic, a taxa básica de juros brasileira, está em 10,5% ao ano. E, como explicamos no último Informe Semanal Monte Bravo, existe uma possibilidade de essa taxa subir um pouco mais nos próximos meses. No entanto, num futuro mais distante, a expectativa é de queda.
Leia mais: Informe Semanal Monte Bravo – o que esperar da economia e dos investimentos
Portanto, vale a pena analisar o seu contexto e entender qual é a proporção ideal desses CDBs na sua carteira. Para isso, conte com os especialistas da Monte Bravo.
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