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Mercados
Os mercados globais estão em compasso de espera para a reunião do Fed no dia 18 de setembro. Os mercados futuros são unânimes na aposta de que o Fed começará a cortar as taxas de juros, após discurso de Powell na semana passada, com o debate centrado sobre o tamanho do corte.
O título de 10 anos do Tesouro dos EUA está em 3,81%, enquanto o de 2 anos está cerca de 5 p.b. mais baixo, em 3,85%.
O dólar norte-americano está perto do seu nível mais baixo em mais de um ano em relação a uma cesta de moedas. O índice do dólar (DXY) subiu 0,02% para 100,61, após uma queda de 3,4% neste mês.
O ouro à vista caiu 0,4% para US$ 2.514,11 por onça. O metal precioso atingiu um recorde de US$ 2.531,60 no último dia 20 de agosto. A criptomoeda Bitcoin foi o destaque no mercado asiático, caindo 4,37% para US$ 59.137.
O petróleo se recuperou nesta quarta-feira (28), após uma queda acentuada na sessão anterior — que encerrou uma sequência de três dias de ganhos. Os investidores oscilaram entre preocupações sobre possíveis perdas de fornecimento da Líbia e do Oriente Médio e preocupações sobre a demanda global por combustível. Os futuros do petróleo Brent subiram 25 centavos, ou 0,31%, para US$ 79,80 por barril, enquanto os futuros do petróleo WTI dos EUA estavam em US$ 75,70.
Os mercados asiáticos fecharam mistos, com o índice CSI 300 da China atingindo o menor nível em quase sete meses. Os mercados europeus abriram ligeiramente em alta na quarta-feira.
Os futuros do S&P 500 estavam marginalmente mais baixos, enquanto Wall Street mantém os olhos em Nvidia. A líder da inteligência artificial divulga seus resultados hoje após o fechamento do mercado. A gigante dos semicondutores subiu 159% em 2024, levantando questões sobre o quanto mais a ação pode subir. Pontos críticos para os investidores incluem o cronograma de entrega dos chips Blackwell da Nvidia e uma atualização sobre a demanda por IA. Ontem (27), por aqui o Ibovespa fechou queda de 0,08% aos 136.776 pontos, enquanto o dólar avançou 0,18% — cotado a R$ 5,5027. Os juros futuros subiram, sobretudo na ponta curta, consolidando a aposta de alta da Selic.
Economia
EUA – A confiança do consumidor, subiu para 103,3 pontos em agosto, superando as expectativas do mercado. As percepções sobre as condições econômicas atuais melhoraram, mas os consumidores notaram uma redução na disponibilidade de empregos e uma leve dificuldade em conseguir trabalho. Embora as expectativas futuras tenham mostrado uma melhora, houve sinais menos positivos — como a deterioração da renda líquida e uma ligeira queda no emprego. Os planos de compra de imóveis atingiram o menor nível em 12 anos, enquanto os planos de compra de carros e itens de grande valor tiveram uma leve melhora. Apesar do aumento na confiança dos consumidores, a deterioração do mercado de trabalho permanece uma preocupação.
EUA – Os preços das casas em 20 cidades dos EUA subiram 6,5% em junho em relação ao ano anterior, desacelerando em relação ao aumento de 6,9% em maio. A desaceleração reflete a retirada dos compradores do mercado, apesar do aumento nas ofertas de imóveis. Mesmo assim, os compradores ainda enfrentam dificuldades devido às altas taxas de hipoteca e preços elevados. O índice de preços das casas, ajustado pela inflação, supera o índice de preços ao consumidor em 3,9%, acima da média histórica. A queda de juros pelo Fed deverá aliviar os custos das hipotecas, mas novas reduções de preços dos imóveis podem ser necessárias para estimular o mercado imobiliário.
Brasil – O IPCA-15 subiu 0,19% em agosto, ligeiramente abaixo da nossa expectativa (0,21%) e levemente acima do consenso do mercado (0,17%). A composição foi benigna, com menores pressões nos núcleos e serviços. A alta nos combustíveis e a depreciação do câmbio impulsionaram o índice, enquanto alimentos em deflação e a mudança na bandeira da energia elétrica ajudaram a conter o aumento.
Os núcleos subiram 0,29% em agosto, desacelerando em relação a julho, mas ainda acima do patamar compatível com a meta de inflação. Bens aceleraram para 0,35%, impactados pela alta nos aparelhos eletroeletrônicos — que refletem a alta do dólar e desafiam a convergência da inflação para a meta.
Apesar da inflação de curto prazo mais controlada, o cenário econômico ainda apresenta riscos assimétricos — como a desancoragem das expectativas de inflação, pressão nos serviços e incertezas fiscais. Avaliamos que o Banco Central deve retomar o ciclo de aperto monetário, com dois aumentos de 50 p.b. na Selic a partir de setembro, alcançando 11,50% a.a. até dezembro.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.