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Mercados
Os mercados aguardam a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve às 15h para entender a visão do Fed sobre os cortes. A peça central do quebra-cabeças, no entanto, será o discurso de Powell sexta-feira (23) durante o simpósio de Jackson Hole, organizado pelo Fed de Kansas City.
Os mercados estão firmemente precificando um corte de taxa para setembro, com uma probabilidade de 69,5% para um corte de 25 pontos-base e 30,5% para uma redução de 50 pontos.
Ontem (20), as taxas dos títulos dos EUA atingiram seu nível mais baixo desde 5 de agosto. Nesta manhã de quarta-feira (21), a taxa do Treasury de 10 anos está em 3,82% e a de 2 anos a 4,0%.
O índice do dólar — que mede a moeda contra o euro, libra esterlina, iene e três outros pares — caiu para um novo mínimo desde 2 de janeiro, a 101,3. O euro subiu para US$ 1,1131, o maior valor desde 28 de dezembro. Contra a moeda japonesa, o dólar recuou 0,2% para 144,98 ienes.
O preço do ouro à vista está em US$ 2.517 por onça, após atingir o recorde histórico de US$ 2.531 ontem.
No front geopolítico, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, encerrou uma viagem ao Oriente Médio com o objetivo de negociar um acordo de cessar-fogo em Gaza. Blinken e mediadores do Egito e do Catar elevaram as esperanças para uma “proposta de mediação” dos EUA, que poderia diminuir as diferenças entre os dois lados na guerra de 10 meses.
Os preços do petróleo caíram nesta quarta, devido a estimativas de aumento dos estoques de petróleo bruto dos EUA e diante do otimismo com o Oriente Médio. Os futuros do Brent caíram para US$ 77,1 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em queda hoje, após o S&P500 e o Nasdaq Composite encerrarem uma sequência de oito dias de alta. Os mercados de ações europeus abriram levemente em alta, em linha com os futuros dos EUA. Ontem, o Ibovespa renovou seu recorde, subindo 0,23% e fechando aos 136.087 pontos. O dólar avançou 1,31%, cotado a R$ 5,483, enquanto os juros futuros caíram na ponta curta, mas subiram na longa após declarações de Campos Neto e Galípolo esfriarem a expectativa de alta na Selic.
Economia
EUA – A diretora do Board do Fed, Michelle Bowman, acredita que a inflação continuará a diminuir sob a atual política monetária. Se os dados futuros indicarem que a inflação está se movendo de maneira sustentável em direção à meta de 2%, será adequado reduzir gradualmente a taxa de juros federal para evitar que a política monetária se torne excessivamente restritiva. Contudo, diante dos riscos de alta para a inflação e da incerteza em relação às condições do mercado de trabalho, Bowman destacou a importância de monitorar os dados atentamente para determinar o curso apropriado da política monetária. Bowman enfatizou que a restauração da estabilidade de preços é essencial para alcançar o pleno emprego a longo prazo, e que é crucial considerar uma variedade de cenários possíveis ao avaliar as decisões de política monetária.
Brasil – O Senado aprovou projeto de lei da desoneração da folha em 17 setores e municípios com até 156 mil habitantes. A desoneração será mantida em 2024, com a tributação retomando gradualmente a partir de 2025 até atingir 20% em 2027. O adicional sobre a Cofins-Importação também será reduzido progressivamente. O projeto agora segue para a Câmara dos Deputados, com prazo até 11 de setembro para aprovação, conforme decisão do STF. Medidas compensatórias foram propostas, mas a avaliação é de que estas medidas compensatórias são insuficientes e o Senado poderá revisitar o tema no próximo ano para garantir o equilíbrio fiscal.
Brasil – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou a abordagem “data dependent” da instituição, indicando que as decisões sobre juros serão baseadas em indicadores econômicos, sem antecipar movimentos ao mercado. Ele destacou que, se necessário, o BC pode aumentar a Selic e enfatizou a importância de aguardar os dados antes de tomar decisões.
Ele expressou preocupação com o descolamento das expectativas de inflação em relação à meta e reafirmou o compromisso do BC em perseguir essa meta, o que ajudou a reduzir o prêmio de risco percebido pelo mercado. Campos Neto observou que a credibilidade do BC é construída ao longo do tempo, não dependendo de uma ou duas reuniões. Além disso, ele comentou que o risco de a economia dos EUA não desacelerar, o que poderia impedir o Fed de cortar os juros, diminuiu nas últimas semanas. O cenário atual nos EUA é de desaceleração organizada, o que é positivo para a liquidez global e para economias emergentes como a do Brasil. Mantemos o cenário de estabilidade da taxa Selic em 10,50% a.a. até dezembro.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.