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Mercados
Os mercados globais parecem estar superando a queda dramática de segunda-feira (05). Os mercados de ações iniciaram o mês com quedas extraordinária em reação à apreciação do iene que deflagrou uma liquidação de posições nos mercados de risco, ao mesmo tempo em que dados mais fracos nos EUA trouxeram temores de recessão.
A recuperação das Treasuries nos EUA e do dólar são sinais de que as pressões da desalavancagem de posições em ienes estão diminuindo e também que os participantes do mercado estão reavaliando as preocupações com a recessão.
Hoje (07), os futuros das ações dos EUA estão firmemente em território positivo. Ontem (06), o S&P 500 e o Nasdaq avançaram 1% cada.
Nesta quarta, o iene está 1,9% mais fraco, em 147,2 por dólar, mas ainda bem longe das mínimas de 38 anos de 162 ienes por dólar — atingidas no início de julho.
Os mercados também ajustaram suas expectativas em relação ao Fed para quase 106 p.b. de afrouxamento até o final do ano. Os futuros de Fed Funds implicam uma chance de 70% do Fed cortar as taxas em 50 pontos-base em setembro, o que ainda parece uma distorção devido ao choque de volatilidade.
A taxa do Treasury de 10 anos, referência do mercado, negocia a 3,93%, enquanto a de 2 anos avançou para 4,02%.
O índice do dólar caiu para 102,9, mas está acima da mínima de sete meses de 102,2 tocada na segunda-feira. Os preços do ouro caíram com o ouro à vista em US$ 2.385,6 por onça. As criptomoedas estão recuperando parte das perdas, com o Bitcoin em alta de 6% e o Ether ganhando 3%.
Os preços do petróleo caem 0,3% com os futuros do Brent a US$ 76,3 por barril.
Os mercados asiáticos estenderam os ganhos nesta quarta, acompanhando Wall Street. O Nikkei 225 encerrou em alta de 1,19%, a 35.089, ampliando a recuperação de terça-feira.
As ações europeias estão em alta na manhã de hoje, à medida que os mercados globais procuram se recuperar após uma queda na segunda-feira. O índice pan-europeu Stoxx 600 avança 1,5% nesta manhã. Por aqui, ontem, os juros futuros subiram fortemente com a recuperação global e com a ata do Copom, que afirmou que não hesitará em subir a Selic, se necessário. Na esteira da normalização global, o dólar caiu 1,46%, fechando a R$ 5,6574 e o Ibovespa avançou 0,80%, aos 126.266 pontos.
Economia
China – O crescimento das exportações desacelerou para 7,0% em relação ao ano anterior — comparado a 8,6% em junho — e ficou significativamente abaixo da previsão consensual de 9,5%. Essa desaceleração ocorreu apesar de uma base favorável no ano anterior, indicando que a demanda externa pode ter enfraquecido mais do que os números inicialmente sugerem. O crescimento anual dos embarques de alumínio desacelerou para 20,5%, em comparação com 25,0% em junho. As exportações de produtos de aço diminuíram, e o crescimento das exportações de peças automotivas e maquinário também perdeu força.
As importações aumentaram 7,2% em julho, revertendo uma queda de 2,3% em junho e superando a previsão consensual de crescimento de 3,2%. No geral, as importações cresceram mais rapidamente em julho, mas os resultados desiguais por segmento mostraram que o setor produtivo da economia permanece relativamente menos fraco do que o setor de consumo. O crescimento das importações de petróleo bruto subiu para 7,9%, de 0,2% em junho, enquanto as compras de minérios de ferro e cobre também se aceleraram. No entanto, os embarques de bens de consumo, como frutas e cosméticos, continuaram a cair.
A inesperada desaceleração das exportações da China em julho sugere que o comércio exterior — principal suporte da recuperação no último trimestre — poderá oferecer menos apoio ao PIB neste trimestre. A demanda externa fraca torna as medidas de estímulo ainda mais necessárias.
Japão – O vice-governador do Banco do Japão, Shinichi Uchida, afirmou que o banco manterá a taxa de juros atual enquanto os mercados financeiros estiverem instáveis, em resposta à recente volatilidade no Japão. Uchida destacou a necessidade de monitorar os mercados financeiros domésticos e internacionais antes de fazer ajustes na política de taxas. Ele mencionou que a economia do Japão não está em uma situação que exija aumentos rápidos nas taxas de juros — ao contrário da Europa e dos EUA. Uchida também observou que o Banco Central do Japão (BoJ) está preparado para esperar que os mercados se estabilizem antes de tomar decisões futuras sobre a taxa de juros, mas deixou em aberto a possibilidade de um aumento antes do final do ano, dependendo das condições econômicas e de mercado. Após os comentários de Uchida, a moeda japonesa voltou a enfraquecer para 147,2 iene por dólar e o mercado futuro está precificando menos de um aumento das taxas de juros pelo Banco do Japão até o final do ano.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.