📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.
Mercados
Os mercados globais estão tentando se recuperar da queda dramática de ontem (05). As ações do Japão se recuperaram fortemente nesta terça-feira (06) e os mercados asiáticos fecharam positivos. Os futuros do S&P 500 estão em alta, enquanto os mercados europeus estão oscilando perto da estabilidade.
Os dados de empregos dos EUA mais fracos do que o esperado e a mudança de postura do Banco do Japão — juntamente com os resultados decepcionantes de grandes empresas de tecnologia — se somaram às preocupações com a economia chinesa e provocaram uma venda global de ativos de risco.
A apreciação do iene, após o Banco do Japão aumentar as taxas de juros na semana passada, levou a uma desesperada desmontagem de posições em operações financiadas na moeda, onde investidores tomam dinheiro emprestado com baixas taxas de juros no Japão para aplicar em ativos de risco.
Ontem, a corrida global para desfazer essas operações levou a uma queda impressionante. Os mercados de risco despencaram no mundo inteiro depois que o índice Nikkei 225 do Japão registrou sua pior queda diária desde a Black Monday em 1987. O índice caiu 12%, enquanto o S&P 500 caiu 3% e o Nasdaq perdeu 3,4%. As taxas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA afundaram e o índice de volatilidade, VIX, disparou para o nível mais alto desde 2020.
Os mercados futuros agora estão antecipando uma redução de 109 pontos base este ano pelo Fed, com um corte de 50 pontos base em setembro precificado com 75% de chance.
Nesta manhã, em linha com a melhora do mercado no Japão, as taxas dos títulos do Tesouro recuperaram parte da queda. A taxa do título do Tesouro de 10 anos subiu para 3,84%, enquanto a de 2 anos subiu para 3,95%.
O índice do dólar, que mede a moeda dos EUA em relação a seis pares desenvolvidos, está estável em 103 após tocar uma mínima de sete meses de 102,2 na segunda-feira. Os preços do ouro sobem ligeiramente nesta terça, com o ouro à vista subindo 0,1% para US$ 2.408,77 por onça.
Os preços do petróleo avançam mais de US$ 1 hoje, recuperando a perda do dia anterior, à medida que seguem as preocupações com o conflito no Oriente Médio. Os futuros do Brent subiram 1,6% para US$ 77,6 por barril. No Brasil, o Ibovespa caiu 0,46% aos 125.269 pontos ontem, enquanto o dólar avançou 0,56%, fechando a R$ 5,7414. Os juros futuros seguiram o movimento das Treasuries e fecharam em queda moderada.
Economia
EUA – O ISM de serviços se recuperou em julho após um desempenho fraco em junho. O índice de serviços ISM subiu de 48,8 pontos para 51,4 pontos, superando a expectativa de consenso de 51 pontos. Esse aumento foi impulsionado por um crescimento acentuado na atividade empresarial. Os novos pedidos também se recuperaram, indicando uma perspectiva positiva para a demanda futura. O subíndice de emprego cresceu, retornando ao território de expansão pela primeira vez desde janeiro de 2024.
Brasil – A ata da reunião do Copom de julho trouxe uma mensagem dura, indicando que o Banco Central está disposto a elevar a taxa de juros caso seja necessário.
O comitê avaliou que as incertezas fiscais com relação à percepção do crescimento de gastos e da sustentabilidade do arcabouço fiscal tem impactos relevantes nos preços dos ativos, em especial, na taxa de câmbio e nas expectativas de inflação.
Na avaliação sobre a dinâmica recente das expectativas de inflação e da taxa de câmbio, o comitê ressaltou que, caso esses movimentos se mostrem mais persistentes, os impactos decorrentes serão relevantes.
Na avaliação sobre o balanço de riscos para a inflação, a ata citou que “todos os membros concordaram que há mais riscos para cima na inflação, inclusive com vários membros enfatizando a assimetria do balanço de riscos”.
O comitê avaliou que o cenário prospectivo de inflação é desafiador com projeções mais elevadas e mais riscos para a inflação. O Copom salientou que o desenrolar do cenário será particularmente importante para definir os próximos passos da política monetária.
Nesse sentido o Copom avalia que há duas estratégias. Na primeira, a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante. Na segunda, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado. Portanto, as medidas fiscais a serem anunciadas pelo governo, em especial para 2025, serão essenciais para reduzir os prêmios de riscos, reancorar as expectativas de inflação e apreciar a taxa de câmbio.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.