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Mercados
O aumento na incerteza eleitoral nos EUA com a troca de Biden por Harris, combinado com a cobertura de posições vendidas em ienes e com resultados abaixo do esperado em grandes empresas de tecnologia, afetou o sentimento do mercado e deflagrou a uma forte correção nos preços dos ativos de risco.
Nos EUA, as bolsas despencaram ontem (24) com as “Magnificent 7” registrando queda de 5,9%, acumulando queda de 10% do topo recorde alcançado apenas duas semanas atrás. O S&P 500 caiu 2,3% e o Nasdaq Composite caiu 3,6%, impulsionados por relatórios trimestrais decepcionantes da Alphabet e da Tesla, levando outras grandes ações de tecnologia e inteligência artificial — como Nvidia e Microsoft — a caírem também.
As moedas de países produtores de commodities continuaram a lutar com a queda dos preços por conta da percepção de fragilidade da economia chinesa. Enquanto o iene valorizou em relação ao dólar americano, atingindo o melhor nível em 11 semanas — ¥ 152,3 por dólar — impulsionado pela desmontagem de posições vendidas e antes da reunião do Banco do Japão na próxima semana, que pode trazer um aumento da taxa de juros e até mesmo detalhar um plano para reduzir as compras de títulos.
O movimento de fuga para qualidade levou o Nikkei 225 do Japão ao sétimo dia consecutivo de perdas, caindo 3,38% e liderando os índices asiáticos para baixo. O banco central da China cortou a taxa de empréstimo de médio prazo de 2,5% para 2,3%, em seu último movimento para estimular a economia após reduzir suas taxas de empréstimo prime na segunda-feira (22).
As taxas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA caíram nesta quinta-feira (25), com a taxa de juros do Tesouro de 10 anos em 4,22% e a taxa de 2 anos em baixa de 8 p.b., a 4,37%.
Os futuros do petróleo estão caindo 1,3%, com o contrato de setembro do Brent a US$ 81 por barril.
As ações europeias estão em forte queda, enquanto os futuros de ações dos EUA estão quase estáveis após a liquidação. Por aqui, o Ibovespa caiu 0,13%, aos 126.422 pontos. O dólar avançou 1,25% frente ao real — a R$ 5,6562 — na esteira do movimento global e da incerteza com o ajuste fiscal, que levou à alta dos juros futuros.
Economia
China – O Banco Popular da China (PBOC) reduziu a taxa de juros da Linha de Crédito de Médio Prazo (MLF) de um ano — de 2,50% para 2,30% a.a. — e disponibilizou 200 bilhões de yuans aos bancos através dessa linha de crédito. A última vez que o PBOC fez um corte dessa magnitude foi no início de 2020, durante a primeira fase da pandemia de COVID-19.
O corte de juros desta quinta-feira ocorreu poucos dias após o banco central chinês reduzir a taxa de recompra reversa de 7 dias, uma referência para os mercados monetários, e as taxas de suas linhas de empréstimo permanente — que fornecem liquidez de curto prazo aos bancos com necessidades urgentes. Os bancos comerciais diminuíram em 10 p.b. as taxas das operações de crédito de um e cinco anos, que passaram para 3,85% e 3,45% a.a.
Essas ações indicam que o recente enfraquecimento do dólar criou uma oportunidade para as autoridades monetárias chinesas adotarem estímulos monetários que podem incentivar o crescimento da demanda doméstica sem desvalorizar a moeda chinesa.
EUA – O PMI composto subiu para 55 pontos, indicando expansão, que foi impulsionada pela demanda por serviços. O setor de serviços cresceu robustamente, alcançando 55,3 pontos, enquanto a indústria contraiu, com 49,5 pontos. Novos negócios para prestadores de serviços atingiram um nível recorde em um ano, mas as empresas ainda enfrentam dificuldades para repassar custos mais altos aos consumidores. O crescimento dos preços recebidos desacelerou para o nível mais baixo em seis meses, e o crescimento do emprego foi mínimo.EUA – As vendas de imóveis novos caíram 0,6% na margem em junho, atingindo um volume anual de 617 mil unidades — o menor em seis meses e abaixo do esperado. A queda nas vendas é atribuída às altas taxas de hipoteca e preços elevados. Apesar da redução das taxas de hipoteca para menos de 7,0%, ainda estão altas em comparação com o final de 2021, levando os construtores a oferecerem incentivos de venda. O estoque de novas casas aumentou para 476 mil em junho, o maior desde 2008, suficiente para 9,3 meses de vendas no ritmo atual. Esse estoque elevado ajudou a controlar o crescimento dos preços, com o preço médio de venda em junho permanecendo praticamente inalterado em relação ao ano anterior, ficando no patamar de US$ 417,3 mil.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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