SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa tinha dificuldade para firmar direção na terça-feira, com um desempenho misto em Nova York e queda nos papéis de Vale e Petrobras, de grande peso no índice, após marcar na véspera sua 11ª sessão consecutiva de avanço.
Às 11h32, o Ibovespa tinha variação negativa de 0,1%, a 129.194,59 pontos, podendo quebrar a série de ganhos que, nesta sessão, marcaria sua maior sequência de altas desde 1997. O volume financeiro somava 4,5 bilhões de reais.
“A gente não vê possibilidade de uma performance muito forte (do Ibovespa) com esse quadro de commodities sendo pressionado”, afirmou o analista Bruno Benassi, da Monte Bravo Corretora.
Recuos nos preços do minério de ferro e do petróleo no exterior exerciam pressão sobre papéis importantes na bolsa nesta sessão.
Nos Estados Unidos, dados mostraram que as vendas no varejo ficaram inalteradas em junho. Economistas consultados pela Reuters previam queda de 0,3% das vendas varejistas, que são em sua maioria bens e não são ajustadas pela inflação.
Para o especialista de investimentos Felipe Martins Passero, os mercados também seguem repercutindo o atentado contra o candidato à Presidência dos EUA Donald Trump, além do anúncio de seu companheiro de chapa, o senador J.D. Vance, na véspera. “Vai ser um personagem importante daqui para frente”, afirmou.
Na cena doméstica, investidores estarão atentos a falas do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, em fórum promovido pelo Sicredi durante a tarde, e ao andamento do projeto de reoneração gradual da folha de pagamento no plenário do Senado.
Apesar da última série de ganhos, o Ibovespa ainda acumula queda de mais de 3% no ano.
DESTAQUES
- VALE ON mostrava queda de 2,21%, em sessão negativa para os futuros do minério de ferro na Ásia, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com perda de 0,96%, a 824 iuanes (113,41 dólares) a tonelada. A mineradora divulga nesta terça-feira relatório de produção e vendas do segundo trimestre.
- PETROBRAS PN tinha variação negativa de 0,78%, acompanhando o recuo nos preços do petróleo no exterior. O barril de Brent, usado como referência pela estatal, registrava declínio de 1,47%. No setor, PRIO ON caía 0,54%.
- CSN MINERAÇÃO ON perdia 1,44%, CSN ON tinha queda de 1,86% e GERDAU PN recuava 0,27%.
- GPA ON desvalorizava-se 5%, após informar na véspera que não tem conhecimento sobre eventual venda de suas ações detidas pelo Casino nem da possibilidade de uma oferta de um terceiro pela participação do Casino na empresa.
- ENEVA ON tinha alta de 1,51%, após anunciar follow-on de até 4,2 bilhões de reais, além de acordos para uma incorporação de ativos do seu acionista BTG Pactual, em operação que adicionará ao portfólio da companhia usinas termelétricas operacionais e para desenvolvimento e que torna a Eneva a plataforma do banco para atuar em geração de energia e gás natural. BTG PACTUAL UNIT valorizava-se 0,22%.
- ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,24%, BANCO DO BRASIL ON avançava 0,33%, BRADESCO PN tinha variação positiva de 0,08% e SANTANDER BRASIL UNIT ganhava 0,49%.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)
Notícia publicada no UOL.