Mercados
Ontem, os preços ao consumidor nos EUA (CPI) vieram abaixo do esperado (veja ao lado), deixando o cenário de cortes de juros mais próximo.
A presidente do Federal Reserve Bank de São Francisco, Mary Daly, afirmou que espera que a redução das pressões inflacionárias e a acomodação do mercado de trabalho justifiquem cortes nos juros, enquanto o presidente do Federal Reserve Bank de Chicago, Austan Goolsbee, disse que a economia dos EUA parece estar voltando ao caminho da inflação de 2%.
As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA caíram fortemente na quinta-feira após os dados de inflação. Hoje, a taxa do título do Tesouro de 10 anos está em 4,23%, enquanto o do título de 2 anos caiu para 4,52%. O mercado está se movendo gradualmente em direção ao cenário base Monte Bravo que tem três cortes de 25 p.b. em 2024.
O iene enfraqueceu, negociado a 159,3 por dólar, à medida que os mercados avaliavam a apreciação de quase 3% para 157,4 ontem, após CPI nos EUA, com especulações de uma intervenção para afastar a moeda das mínimas de 38 anos. Como resultado, o índice do dólar recuou para 104,5.
Os preços do ouro recuaram na sexta-feira, com o ouro à vista caindo 0,2%, para US$ 2.409 por onça, após subir 2% na quinta-feira.
Os preços do petróleo subiram ligeiramente na sexta-feira, com os futuros do petróleo Brent subindo 0,4%, para US$ 85,73 o barril.
Na Ásia, os mercados fecharam mistos com o índice Nikkei 225 do Japão em queda de 2% após atingir recorde na sessão anterior. Na Europa, as ações estão em alta, enquanto, nos EUA, os futuros do S&P 500 estão estáveis.
Ontem, o S&P 500 fechou em queda de 0,88% e o Nasdaq Composite, mais pesado em tecnologia, perdeu 1,95% – Nvidia caiu 5,6% e a Meta Platforms, 4,1%. O movimento reflete a rotação do mercado com os fluxos se direcionando para as ações de juros menores, o Russell 2000 subiu cerca de 3,6%. Por aqui, ontem, o dólar operou em baixa depois do CPI, mas fechou em alta de al 0,55%, cotado a R$ 5,4426. Mais uma vez, a deterioração do quadro fiscal fez com que o câmbio divorciasse da onda global favorável. O Ibovespa, no entanto, impulsionado pelo exterior subiu 0,85%, aos 128.293 pontos.
Economia
EUA – Em junho, o CPI registrou deflação de 0,1%, ficando abaixo do consenso de estabilidade. O núcleo do CPI também surpreendeu as expectativas, aumentando apenas 0,06%, em comparação com o consenso de 0,2%. Os preços dos bens continuaram a cair, com destaque para a redução nos preços de automóveis novos e usados.
Em relação aos serviços, a medida de núcleo, excluindo energia e habitação, também apresentou queda no mês, com destaques para passagens aéreas, diárias de hotéis, internações hospitalares, entre outros. Os preços dos aluguéis imputados desaceleraram pela primeira vez no ano, registrando 0,3% na margem em junho, em comparação com 0,4% nos meses anteriores. Considerando o resultado do CPI, a projeção para o núcleo do PCE indica alta de 0,2% na margem, o que resultará na desaceleração da variação acumulada em 12 meses de 2,6% em maio para 2,5% em junho.
China – Em junho, o crescimento das exportações acelerou para 8,6% na comparação anual, superando as expectativas, enquanto no segundo trimestre de 2024, houve um aumento de 5,9% em comparação ao ano anterior. Em contraste, as importações caíram 2,3%, puxadas pela redução na compra de petróleo e metais, elevando o superávit comercial para 99 bilhões de dólares. A queda nas importações de petróleo (-10,8%) e metais sugere demanda doméstica fraca, apesar do crescimento nas importações de automóveis e circuitos integrados. O crescimento das exportações indica um impacto positivo nos dados do PIB do 2° trimestre, que deve crescer 5,2% na comparação anual.
Brasil – Em maio, as vendas no varejo cresceram 1,2% na margem e 8,1% na comparação anual no conceito restrito (sem automóveis) e tiveram alta de 0,8% na margem e 5,0% na comparação anual no ampliado, superando as expectativas de queda. O comércio varejista no Rio Grande do Sul, que estava em parte fechado devido às enchentes, ainda assim registrou alta de 1,8% na margem no conceito restrito, impulsionado pela estocagem de bens de primeira necessidade. No conceito ampliado, o RS teve retração de 2,8% na margem. O desempenho positivo em maio foi em grande parte devido ao RS, que teve a terceira maior contribuição no conceito restrito, atrás de SP e MG. Espera-se que o RS continue impulsionando o varejo em junho, com uma normalização em algumas áreas e um aumento nas vendas de bens de primeira necessidade devido ao receio de novas enchentes.