Mercados
O foco do mercado estará no depoimento semestral do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Congresso. Ele fala hoje (09) perante o Comitê Bancário do Senado e amanhã (10) perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara.
Os investidores estarão analisando suas declarações em busca de mais pistas sobre as expectativas do banco central para a economia e a política monetária. A recente série de dados econômicos mais fracos aponta para a possibilidade de cortes de juros mais cedo.
Vários outros diretores do Fed também devem fazer declarações ao longo da semana e podem fornecer mais informações. A semana conta ainda com a divulgação de dados importantes de inflação — o CPI de junho na quinta-feira (11) e o índice de preços ao produtor (PPI) na sexta-feira (12).
As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA estão um pouco mais altas, com a taxa de juros do Tesouro de 10 anos em 4,29% e a taxa de juros do Tesouro de 2 anos em 4,63%. O índice do dólar dos EUA, que mede a moeda contra seis principais pares, subiu 0,1% para 105 pontos. O índice caiu quase 1% na semana passada depois do relatório de emprego (payroll) de sexta-feira (05).
Os preços do petróleo caíram cerca de 1% para a mínima de uma semana na segunda-feira, à medida que o furacão Beryl fechou refinarias e portos dos EUA ao longo do Golfo do México e na esperança de um possível acordo de cessar-fogo em Gaza. Os futuros do Brent caíram 79 centavos, ou 0,9%, para fechar em US$ 85,75 o barril.
As ações do Japão e o Nifty 50 da Índia atingiram novas máximas, enquanto os mercados da Ásia-Pacífico subiram. As ações europeias caíram na terça-feira (08), enquanto os investidores na região ponderam a incerteza política na França após o resultado das eleições de domingo (07). Nos EUA, os futuros das ações pouco mudaram na noite de segunda, após o S&P 500 e o Nasdaq fecharem em novas máximas históricas ontem.
Por aqui, ontem o Ibovespa avançou 0,22%, aos 126.548 pontos, impulsionado por Petrobras ON (+2,33%) e PN (+2,45%), depois do anuncio do reajuste no preço da gasolina. O dólar subiu 0,26%, cotado a R$ 5,4766.
Economia
EUA – Em maio, o crédito ao consumidor cresceu 2,1% em relação ao ano anterior, interrompendo uma sequência de mais de 12 meses de desaceleração. O saldo de crédito aumentou em US$ 11,4 bilhões no mês, após um ganho revisado de US$ 6,5 bilhões em abril. Este relatório mensal de crédito ao consumidor não inclui hipotecas. Os últimos dados trimestrais do Fed de Nova Iorque mostram que a dívida das famílias, incluindo hipotecas, cresceu fortemente — alcançando US$ 17,7 trilhões no 1° trimestre.
O crédito rotativo, que inclui cartões de crédito, subiu US$ 7 bilhões, o maior aumento em três meses. O crédito não rotativo, como empréstimos para aquisição de veículos e mensalidades escolares, aumentou US$ 4,3 bilhões. Combinado com o aumento do custo de vida, o maior endividamento tem sobrecarregado as finanças das famílias e indica um abrandamento do consumo. De fato, nos últimos meses, observamos uma desaceleração das vendas no varejo.
Brasil – A Petrobras anunciou ontem um reajuste de R$ 0,20 por litro no preço da gasolina na refinaria, o que representa uma alta de 7,0%. O impacto no IPCA será de 0,14% que vai ser capturado pelo IPCA de julho e agosto. Além disso, o GLP também foi reajustado em 9,8%, e deverá impactar o IPCA em 0,04%. Portanto, os reajustes terão um impacto total de 0,18%. A projeção para o IPCA de 2024 passou de 4,3% para 4,5%.
Brasil – O IGP-DI desacelerou para 0,50% em junho, comparado a 0,87% em maio. O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas, que era de 0,58%. A variação acumulada em 12 meses aumentou de 0,88% para 2,88%.
Na leitura mensal, o IPA-DI caiu de 0,97% para 0,55%. A desaceleração foi impulsionada pelo IPA Industrial, que reduziu de 1,19% para 0,19%, com a queda nos preços do minério de ferro (-2,66%). Os Produtos Agropecuários, por outro lado, subiram de 0,38% para 1,52%, com destaque para os aumentos nos preços do café e leite. Contudo, os preços da batata-inglesa e do arroz reduziram sua pressão sobre o índice, após refletirem em maio os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul. Os IGPs deverão manter variações entre 0,40% e 0,60% ao longo de julho.