Mercados
Nesta quinta-feira (04), é celebrado o Dia da Independência nos Estados Unidos. Em função do feriado, os mercados globais operam com menor liquidez.
Ontem (03), o S&P 500 e o Nasdaq atingiram novos recordes, impulsionados pelo setor de tecnologia, com Tesla e Nvidia registrando fortes altas.
A taxa de juros de 10 anos caiu após os dados mostrarem que economia está acomodando e que o mercado de trabalho está esfriando (veja ao lado). Os mercados futuros atribuem 74% de chance para um corte em setembro, enquanto o total de cortes no ano está girando em torno de 48 pontos-base.
A Ata do Fed mostrou que o diretores veem a economia desacelerando, mas preferem esperar mais dados antes de cortar as taxas de juros.
A taxa de juros do Tesouro de 10 anos caiu para 4,36%, enquanto a taxa do Tesouro de 2 anos estava em 4,71%.
O iene afundou para o nível mais baixo em 38 anos ante o dólar dos EUA, mesmo com o mercado em alerta para uma intervenção japonesa para fortalecer a moeda. Por outro lado, o dólar caiu após os dados dos EUA mais fracos do que o esperado, com o DXY, índice do dólar, caindo 0,2% para 105,4.
Os mercados asiáticos subiram nesta quinta, com os principais índices do Japão e o índice de Taiwan atingindo máximas históricas. O Topix fechou em 2.898, superando o recorde de dezembro de 1989.
As ações europeias abriram em leve alta hoje, ao passo que o feriado de 4 de julho mantém fechados os mercados nos EUA.
Por aqui, o Ibovespa avançou 0,70%, aos 125.662 pontos ontem, enquanto o dólar teve forte queda de 1,70%, cotado a R$ 5,5684. Os mercados reagiram à mudança radical de discurso do presidente Lula, que adotou um tom sereno e evitou ataques à política monetária , reafirmando o compromisso fiscal. À noite, após reunião dos ministros da área econômica com Lula, Haddad anunciou que “O presidente determinou que o arcabouço seja preservado a qualquer custo e autorizou um corte de R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias no Orçamento de 2025.”, o que deve ajudar o mercado a seguir em recuperação.
Economia
EUA – A ata da última reunião do Fed seguiu indicando estabilidade dos juros no curto prazo. Na análise do cenário, o comitê avaliou que houve progresso modesto em direção à meta de 2%, com queda nas variações do PCE e CPI. Houve redução nas pressões de preços e crescimento dos salários nominais, mas dados adicionais são necessários para confirmar a tendência. O mercado de trabalho tem apresentado melhor equilíbrio entre demanda e oferta, com indicadores apontando para menor rigidez. Em relação à política monetária, o comitê avaliou que uma eventual redução da taxa de juros dependerá de mais evidências de que a inflação está se movendo de forma sustentável para a meta de 2,0%. Mantemos nossa expectativa de início do ciclo de corte de juros pelo Fed na reunião de setembro, com três reduções de 25 p.b. até dezembro.
EUA – O ISM de serviços caiu para 48,8 pontos em junho, abaixo dos 53,8 pontos registrados anteriormente e entrando em território de contração. A atividade do setor e os novos pedidos, indicadores de demanda futura, também recuaram para a contração, sendo a primeira vez desde 2020 e 2022, respectivamente. O subcomponente de emprego caiu ainda mais de 47,1 para 46,1 pontos. O enfraquecimento do ISM de serviços para o patamar abaixo de 50 pontos, que indica contração, sugere que o principal setor da economia pode ter um desempenho mais fraco nos próximos meses devido às altas taxas de juros do Fed e ao esfriamento do mercado de trabalho.
Brasil – A produção industrial registrou queda de 0,9% em maio, após um recuo de 0,8% em abril. Na comparação anual, houve uma desaceleração significativa de alta de 8,4% em abril para queda de 1,0% em maio. Embora o resultado tenha superado expectativas pessimistas, a queda está fortemente relacionada às enchentes no Rio Grande do Sul.
Os setores industriais apresentaram desempenhos variados. A produção da indústria extrativa mineral se recuperou bem após uma grande queda no mês anterior — impulsionada pela primeira alta na produção de petróleo em sete meses, conforme a ANP. Em contraste, a indústria de transformação registrou sua maior queda em três anos com recuou de 2,2% na margem. Apesar dos impactos das enchentes, a produção industrial caiu menos do que o esperado. Bens duráveis e intermediários foram fortemente afetados no Rio Grande do Sul, mas houve destaque positivo na alta da extrativa mineral e na estabilidade dos bens semi e não duráveis.