O Ibovespa fechou a semana passada em alta de 1,4%, aos 121.341 pontos, levando o Índice a acumular queda de 9,57% no ano. A semana foi agitada com decisão de política monetária no Brasil e diversos dados de atividade nos EUA.
Enquanto isso, o dólar subiu 1,1% no mesmo período, cotado a R$ 5,44. Até aqui em 2024, a moeda norte-americana acumula alta de 12,10%.
Infelizmente, enquanto os ativos de risco no mundo inteiro melhoraram com a queda dos juros nos EUA, no Brasil tivemos mais uma semana agitada nos mercados com muita incerteza fiscal e muitos ruídos políticos em torno do Comitê de Política Monetária (Copom).
A fragilização da âncora fiscal, na esteira da mudança das metas, elevou o prêmio de risco e exacerbou o risco de desancoragem. Isso gerou a percepção de que uma ala do governo contempla repetir o mix de política econômica do ciclo de 2010-15, com expansão fiscal e a inflação subindo sem uma reação do BC.
A elevação do risco fiscal empurrou o dólar para cima, deteriorou as expectativas de inflação e as projeções de inflação, o que fez os juros de mercado subirem e criou um quadro em que a opção pela interrupção do ciclo de queda da Selic fosse a única alternativa para quem busca a meta de 3%.
A unanimidade na decisão do Copom contribui para reduzir o temor de que a mudança de presidência do BC resulte numa postura leniente com a inflação. Isso deve ajudar a reduzir a inflação esperada além de contribuir para uma valorização do Real.
Todavia, a origem da tensão está na credibilidade do compromisso fiscal em torno do arcabouço. Por isso, a melhora com o Copom deve ser limitada até que as medidas fiscais concretas tornem as metas do arcabouço alcançáveis.