Apesar da surpresa positiva com o IPCA-15 de abril, o Banco Central deverá reduzir o ritmo de cortes da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do próximo dia 8, na avaliação do economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, que cita o aumento da incerteza do cenário global e dos riscos fiscais, além dos receios com a inflação de serviços.
“A redução do ritmo de cortes para 25 pontos-base permitirá ao Banco Central avaliar a evolução das incertezas ao longo dos próximos meses”, afirma, acrescentando que tal estratégia deverá permitir a continuidade do ciclo de redução dos juros, levando a taxa Selic para 9,50%.
A alta de 0,21% no IPCA-15 deste mês ficou abaixo da mediana das estimativas (0,29%) também da expectativa da Monte Bravo, de 0,25%. Costa reconhece que o resultado melhor do que o esperado reforça a avaliação que a trajetória de queda da inflação deverá ocorrer nos próximos meses, mas vê tal movimento mais concentrado na parte de bens do que em serviços. “A dificuldade de desinflacionar o grupo de serviços seguirá requerendo cautela na condução do ciclo de corte de juros, pois a dinâmica de serviços eleva a incerteza sobre a desinflação prospectiva”, afirmou.
Além disso, o economista afirma que o cenário externo mais adverso, devido à inflação mais persistente, juntamente com a deterioração das expectativas de inflação e as alterações das metas de superávit primário tornaram o balanço de riscos do Banco Central assimétrico, “o que justifica a mudança de ritmo dos cortes para 25 p.b. na próxima reunião do Copom de 8 de maio”.
Notícia publicada no Broadcast.