Copom reduz taxa Selic para 10,75% a.a.
Conforme sinalizado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu a taxa Selic em 50 p.b. trazendo a taxa Selic para 10,75% ao ano.
No Comunicado, o COPOM justificou a decisão, da seguinte forma:
Ambiente externo segue volátil, marcado pelo debate sobre o início do corte de juros nas principais economias, o que depende da velocidade de queda da inflação nos diversos países.
Atividade em desaceleração – o conjunto de indicadores de atividade seguem consistentes com cenário de desaceleração antecipado pelo Copom.
Inflação em queda – inflação manteve trajetória de desinflação, conforme esperado, com destaque para as medidas de inflação subjacente que se situam acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes.
Expectativas de inflação praticamente estáveis – as projeções do Focus estão em torno de 3,8% e 3,5% para 2024 e 2025, respectivamente.
Projeções de inflação recuaram – as projeções ficaram estáveis em 3,5% e 3,2%, respectivamente, em 2024 e 2025.
Balanço de riscos simétrico – mas as conjunturas doméstica e internacional estão mais incertas, exigindo cautela na condução da política monetária.
Decisão de reduzir a Selic em 50 p.b. – é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta no horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em maior grau, o de 2025.
Orientação sobre próximos passos – Comitê mudou a sinalização futura da política monetária, passando a indicar somente a decisão da próxima reunião, que espera que seja um corte de 50 p.b., considerando a confirmação do cenário esperado. O Banco Central justificou essa mudança “em função elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária”. Além disso, o “Comitê avalia que essa é a condução apropriada para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.”
O que isso implica para os investimentos
O Copom cumpriu a sinalização, reduzindo a taxa Selic em 50 p.b., além disso, conforme antecipávamos, sinalizou apenas um novo corte de 50 p.b. para a próximas reunião.
A redução do horizonte de sinalização deve ser vista como uma normalização em ternos de guia das expectativas, pois se comprometer com um horizonte mais longo deixa de fazer sentido a medida em que a taxa de juros real vai caindo.
As projeções de inflação para 2024 e 2025 seguem em 3,5% e 3,2%, respectivamente. E o “Comitê avalia que o cenário-base não se alterou substancialmente” mas, devido à maior incerteza, optou por restringir o horizonte do guia sobre os próximos passos.
O Copom indicou que a duração do ciclo depende “da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”
No nosso cenário, este conjunto de indicadores sancionará a continuidade dos cortes, no ritmo de 50 p.b. nas próximas 3 reuniões, levando a taxa Selic para 9,25% a.a. em julho.
O desenho do cenário base Monte Bravo para o 2º trimestre combina um cenário global mais construtivo com um quadro doméstico benigno, por isso acreditamos em uma segunda onda de valorização dos ativos domésticos ao longo do segundo trimestre de 2024.
Ibovespa – deve se recuperar e estabelecer novos recordes à medida em que o momento do Fed cortar estiver mais próximo rumo a 170.000 pontos no final de 2024.
Dólar – o Real deve ganhar impulso para voltar a apreciar, testando novamente as mínimas de 2023, durante os próximos meses.Juros – parte curta da curva, que depende do Copom, tem um prêmio pequeno e requer surpresas favoráveis na inflação par performar. Parte longa sofre influência do quadro global, que vai ficar favorável, e do fiscal, cujo nível de ruído permanece elevado.
Este material não constitui aconselhamento, sugestão ou solicitação de negociação, tendo caráter simplesmente informativo, razão pela qual não podemos nos responsabilizar por qualquer operação que venha a ser feita considerando os prognósticos sobre o comportamento dos ativos aqui mencionados.