O planejamento financeiro familiar é uma ferramenta fundamental. De acordo com estimativas da fintech Plano, de educação financeira, a pedido da B3 (Bolsa de Valores), baseadas em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma família de classe A gasta ao menos R$ 987 mil para criar um filho até os 18 anos. Já de classe B, desembolsa entre R$ 717 mil a R$ 887 mil. Enquanto a classe C, entre R$ 281 mil e R$ 343 mil.
Os principais gastos levantados foram educação, atividades extracurriculares, alimentação e saúde. É fato que nem sempre é possível evitar as despesas, mas a organização ajuda a fazê-las de forma consciente, trazendo segurança e tranquilidade.
A advogada Rafaela Marchese, especializada em Direito Societário e responsável pela área de Wealth Planning da Monte Bravo, explica algumas questões importantes para saber controlar as finanças.
Confira algumas dicas da especialista:
Quais as principais dicas que você daria para pais que querem ter um controle maior sobre as finanças?
RM: Quando falamos em planejamento financeiro familiar invariavelmente vamos abordar questões como o quanto de liquidez aquela família precisa para fazer frente aos custos fixos que possui, mas também sobre a necessidade de investimentos de longo prazo, a fim de organizar a concretização de sonhos e planos futuros dessa família.
Sendo assim, acredito que a principal dica é a identificação dos objetivos e, consequentemente, formalizar o orçamento e o fluxo de caixa familiar, de forma que seja garantida uma liquidez mínima para fazer frente às contas do dia a dia, bem como sejam feitos investimentos com os valores restantes, programando uma reserva para o futuro.
Em sua opinião, seguros para família valem a pena? Quais tipos?
RM: Certamente. As estratégias envolvendo seguros desempenham um papel crucial em um planejamento financeiro familiar sólido. Por exemplo, as apólices de seguro de vida vitalícia, que se distinguem significativamente dos seguros de vida tradicionais do passado.
Ao optar por apólices vitalícias, junto aos principais seguros globais, é possível garantir um capital segurado personalizado, resultado de uma análise minuciosa que leva em consideração histórico de saúde, idade e profissão no momento da contratação. Esta abordagem proporciona uma alavancagem de recursos, isenta de tributação, sem implicar em inventário, e ainda oferece a opção de resgate a longo prazo.
As apólices de seguro de vida podem ser um veículo financeiro excepcional, especialmente devido à sua característica transitória. Os jovens, preocupados com o futuro, podem adotar essa estratégia enquanto organizam seu patrimônio, enquanto clientes com estratégias bem definidas podem usufruir das vantagens do ativo, seja pela possibilidade de resgate, seja pela liberação do ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação) e pela não inclusão dos recursos no inventário.
Em resumo, trata-se de uma possibilidade que atende às necessidades tanto de curto quanto de longo prazo da família.
Quando se tem filhos, o que é possível abater no imposto de renda?
RM: É possível pleitear esse abatimento na própria declaração individual do menor de idade, ou na declaração dos pais ou responsável legal.
Seguindo as regras da versão de 2023, é possível requerer o abatimento de imposto de renda de: (i) dedução com dependentes, limitada no ano de 2023 a R$ 2.275,08 por dependente; e (ii) despesas com educação dos dependentes, limitada no ano de 2023 a R$ 3.561,50 por CPF.
A advogada contribuiu recentemente com a reportagem da revista Crescer sobre planejamento financeiro. Leia na íntegra a matéria: