O mercado de investimentos é predominantemente masculino.
Trata-se de uma alegação no mínimo impactante, mas podemos ter completa dimensão desse fato quando vemos que, dos 5 milhões de CPFs cadastrados na B3, apenas pouco mais de 1 milhão pertencem a investidoras.
Agora, colocando este cenário em perspectiva histórica e analisando o atual momento do mercado, existe um claro sinal de que os tempos estão mudando.
Para contextualizar a presença feminina no mercado financeiro, vamos voltar um pouco no tempo.
Onde tudo começou
Século XIX, ano de 1872. Aos 22 anos, Eufrásia Teixeira Leite, neta dos barões de café de Itambé e Campo Belo, herdou uma fortuna considerável com a morte precoce dos pais.
No ano seguinte, ela e sua irmã se mudam para Paris e Eufrásia começa a investir em ações de empresas de tecnologia.
Como era impedida de frequentar os pregões na Bolsa de Paris, ela tinha de acompanhar as transações do segundo andar e contava com um agente para executar suas ordens na roda de negociações.
Cinquenta e cinco anos depois, milionária e tendo operado em bolsas de 17 países, Eufrásia retorna ao Rio de Janeiro e morre em 1930, como a primeira mulher investidora do Brasil.
Ainda que marcante, a história de Eufrásia pode ser facilmente retratada como um exemplo das dificuldades e do menosprezo que as mulheres tiveram e têm de lidar dentro do mercado de investimentos.
Mesmo alcançando incríveis feitos e expandido consideravelmente sua riqueza devido aos investimentos certeiros ao longo de sua vida, foi somente em 2019, após o lançamento do livro “Quero ser Eufrásia”, de Mariana Ribeiro, que Eufrásia passou a ter o devido reconhecimento, sendo considerada pela ONU Mulheres e pela B3 como a primeira investidora do país.
Os próximos passos do mercado
Há muito o que observar (e assimilar) do legado de Eufrásia nos dias atuais.
Ainda que os números apontem para uma realidade distante da ideal, com uma participação relativamente pequena de mulheres na Bolsa (apenas pouco mais de 23%), há uma clara tendência de crescimento no Brasil e no mundo.
Desde 2020, a presença feminina na B3 teve um aumento de praticamente 40% e, ainda que em 2022 esse aumento tenha sido o menor registrado nos últimos 4 anos (16,3%), as mulheres desempenham um papel cada vez mais dominante no mercado financeiro.
De acordo com estudo do Boston Consulting Group (BCG), detentoras de um terço da riqueza mundial, a maior participação das mulheres na força de trabalho e os avanços na educação financeira garantem que, assim como a precursora Eufrásia, mais mulheres priorizem e busquem sua independência e ampliem suas receitas por meio de investimentos. Este mesmo estudo mostra que o mercado financeiro ainda está se ajustando a esse movimento que ganha cada dia mais força.
E a Monte Bravo está comprometida a fomentar esse movimento, auxiliando na construção do legado e mudando vidas por meio do mercado financeiro. Estamos aqui para apoiá-las nessa jornada.